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ELEIÇÃO DE 2026

Temer diz que não procurou Bolsonaro, mas que ele pode ser incluído em aliança de governadores

Emedebista não havia mencionado Bolsonaro ao falar sobre o assunto no fim de semana e foi alvo de críticas

Ex-presidente Michel TemerEx-presidente Michel Temer - Foto: Sérgio Lima/AFP

O ex-presidente Michel Temer disse que o também ex-presidente Jair Bolsonaro pode ser incluído em uma articulação para a eleição de 2026 envolvendo governadores de oposição caso os envolvidos concordem.

A fala acontece depois de Temer sugerir uma união por 2026 sem citar o nome de Bolsonaro, o que provocou a reclamação de nomes da oposição ligados ao bolsonarismo.

– Eu falei aquilo quase acidentalmente. Os governadores foram me procurar e eu simplesmente disse a todos: “Olha, o Brasil precisa de projeto. Como vocês são governadores, poderiam chamar uma reunião para ter um projeto comum em nome do Brasil. Depois vocês decidem quem vai ser candidato ou não. Se vocês estão muito ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro e se ele quiser, ele incorpora o programa de vocês”. Não estou preocupado com pessoas, me preocupo com a falta de projeto, com a falta de programa – declarou Temer ao Globo.

O emedebista disse que conversou sobre a ideia de uma aliança para a eleição presidencial e de um programa conjunto com os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Eduardo Leite (PSD-RS), Ratinho Júnior (PSD-PR), Ronaldo Caiado (União-GO) e Romeu Zema (Novo-MG).

No último domingo, em entrevista ao programa Canal Livre, da Band, já havia falado sobre a aliança entre os governadores para se fortalecerem contra uma tentativa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de se reeleger. A falta de menção a Jair Bolsonaro fez com que o emedebista fosse bastante criticado.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) chegou a dizer ao Globo que fica “sem entender como alguém experiente como o ex-presidente Temer imagina um projeto eleitoral de direita sem o Bolsonaro”.

Perguntado sobre os embates envolvendo Bolsonaro, Temer disse que “não há nome e nem contranome”.

– Houve uma repercussão até surpreendente para mim, mas isso significa que as pessoas querem isso. O povo quer um projeto, um programa. Não tem nome e nem contranome, mas programa e contraprograma, isso é o que vale a pena.

O emedebista declarou ainda que não conversou com Jair Bolsonaro sobre o assunto.

– Eu não estou procurando ninguém. Acho um equívoco essa história toda porque eles (os governadores) me procuraram, naquela delicadeza de pedir conselho. Eu disse: “Vocês sabem muito mais do que eu, mas a única coisa posso dizer é que, o que eu ouço de todo mundo, é que o Brasil quer um programa, um projeto para que na próxima eleição não seja apenas nome e contranome e seja programa contra programa.

De acordo com Temer, a ideia é que o programa que pode ser elaborado em conjunto entre os governadores seja “uma espécie de Ponte para o Futuro 2”, que foi uma série de medidas com foco na redução do papel do Estado nas atividades econômicas adotadas durante o governo do emedebista.

– Eu acabei de falar com eles (governadores) e eles vão se reunir para saber. Cada um tem suas individualidades. É uma espécie de Ponte para o Futuro 2. O meu governo deu certo porque eu tinha um programa, que era o Ponte para o Futuro.

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