Sáb, 06 de Dezembro

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EX-PRESIDENTE

Trama golpista: Moraes nega pedido de defesa de Bolsonaro e mantém audiências com testemunhas

Ex-presidente queria mais prazo para poder analisar novas provas, mas ministro considerou que material não altera os fatos apontados pela acusação

Alexandre de Moraes, ministro do STFAlexandre de Moraes, ministro do STF - Foto: Antonio Augusto/STF

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou um pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro que solicitava o cancelamento de uma série de audiências com testemunhas do caso da trama golpista. Bolsonaro queria o cancelamento para ampliar o prazo em que poderia analisar novas provas juntadas ao caso contra ele.

Moraes avaliou que as novas provas não representaram uma mudança em relação à acusação feita pela Procuradoria-Geral da República contra o ex-presidente e a posterior decisão do Supremo de torná-lo réu.

 

“A disponibilização desse material, entretanto, em nada alterou os fatos imputados na acusação, consubstanciada na denúncia oferecida pelo Ministério Público e o conjunto probatório em que foi baseada e que, em um primeiro momento foram analisados pelo Poder Judiciário em sessão de recebimento da denúncia e cuja instrução probatória terá inicio com a audiência para oitiva das testemunhas indicadas”, escreveu o ministro do STF em despacho publicado na sexta-feira.

Bolsonaro é réu no STF em um inquérito que apura a existência de uma trama golpista para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Os depoimentos irão começar na próxima segunda-feira, com os nomes indicados pela PGR. Entre eles, os ex-comandantes Marco Antônio Freire Gomes (Exército) e Carlos Almeida Baptista Junior (Aeronáutica) e o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB). Freire Gomes e Baptista Junior afirmaram à Polícia Federal (PF) que Bolsonaro apresentou a eles proposta para reverter o resultado das eleições.

Entre os nomes que também serão ouvidos estão o do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, do ex-ministro Paulo Guedes e dos senadores Hamilton Mourão (Republicanos-RS), Ciro Nogueira (PP-PI) e Rogério Marinho (PL-RN). Todos ocuparam cargos de destaque no governo Bolsonaro.

No próximo dia 22, estão previstas as testemunhas apontadas pelo tenente-coronel Mauro Cid, que fechou um acordo de delação premiada. Uma delas é o ex-comandante do Exército Júlio Cesar de Arruda, o primeiro a exercer o cargo durante o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva

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