REDE SOCIAL

X driblou bloqueio no Brasil usando serviços que criam 'escudo' no tráfego, dizem provedores

Plataforma contratou empresas como a Cloudflare que, na prática, dificultam bloqueio por empresas de telefonia

Rede social XRede social X - Foto: Mauro Pimentel/AFP

Uma mudança no registro dos servidores do X permitiu a usuários brasileiros voltarem a ter acesso a rede social nesta quarta-feira, contrariando a ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Provedores de internet, responsáveis pelo bloqueio, dizem que identificaram durante a noite uma atualização na plataforma que, na prática, dribla a restrição da rede.

A rede social de Elon Musk passou a utilizar um serviço que atua como uma espécie de “escudo” para o registro da empresa pelo o IP (Protocolo de Internet).

Uma das empresas contratadas para isso foi a Cloudflare, conhecida por abrigar serviços de grandes empresas brasileiras, como bancos, que distribuiu o tráfego por diferentes rotas. Com isso, os provedores de internet passaram a ter dificuldades para bloquear o acesso ao X, mesmo com a ordem judicial.

 O X que passou a ter um funcionar com um novo software, que não está mais usando os IPs da rede, mas da Cloudflare. Tem muitos serviços rodando nessa nuvem e não é uma coisa simples de bloquear. Eles fizeram uma modificação para tornar o bloqueio muito mais difícil — diz Basílio Rodríguez Perez, Conselheiro da Associação Brasileira dos Provedores de Internet e Telecomunicações (ABRINT).

Desde que identificaram a mudança de rota no registro do X, as provedoras estão em contato com a Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) para entender como fazer o bloqueio da rede, já que o IP registrado passou a ser o da Cloudflare. O mecanismo usado pela companhia é o de um proxy reverso (servidor intermediário), que costuma ser usado para aumentar a segurança de aplcativos.

— Um proxy reverso, como o oferecido pela Cloudflare, funciona como um intermediário que gerencia o tráfego da Internet entre os usuários e o servidor de um site. Ele não só melhora a segurança e a velocidade do site, mas também permite mascarar o IP real do servidor, mostrando apenas o IP do proxy — explica Pedro Diógenes, diretor técnico para a América Latina na empresa de tecnologia CLM.

Ao usar um proxy reverso, como os oferecidos pela Cloudflare, o X conseguiu “mascarar” o IP real do servidor, acrescenta Diógenes, que acrescenta que o serviço é usado de forma legítima, por grandes companhias, para proteger os servidores originais de ataques diretos.

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