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Sabores

Júnior Bake Off Brasil estimula confeiteiros mirins

Desafio para apresentadores: competição não pode causar traumas

Trio de apresentadores tenta deixar crianças à vontade o máximo possívelTrio de apresentadores tenta deixar crianças à vontade o máximo possível - Foto: Divulgação

Os programas de culinária chegaram para ficar na TV brasileira. Há edições com amadores, com profissionais, celebridades e até com crianças, todos com grande sucesso em audiência tanto no canal pago quanto no aberto.

Um exemplo de bom desempenho aconteceu com “Bake Off Brasil: Mão na Massa”, que encerrou com audiência em alta no SBT no final de 2018. A atração teve índices de audiên­cia acima de dez pontos no Ibo­pe na Grande São Paulo (cada ponto do Kantar Ibope equivale a 71.855 domicílios), que garantiram a vice-liderança da emissora no horário.

Com menos de dois meses, a emissora quer repetir o sucesso da edição adulta com a estreia da segunda temporada do “Júnior Bake Off Brasil”, que começou há duas semanas.

Para o padeiro Olivier Anquier, que começou no programa adulto na edição passada, uma série de fato­res contribuíram para o bom desem­penho do reality. “O programa está mais elegante, com uma nova pro­posta de se comunicar com o público.”

A apresentação está sendo feita pe­la jornalista Nadja Haddad, que dis­se que o que mais a atrai em fazer o programa é a liberdade de ser ela mesma. “Eu quis trazer histórias de pessoas para o programa e acho que isso atraiu um público diversificado e não só o nicho de confeitaria.”

Além da apresentação de Nadja Haddad e avaliação de Olivier Anquier, a chef confeiteira Beca Milano completa o trio. “Mais até do que com os adultos, as crianças trazem muitas surpresas e mostram que não estão para brincadeira.”

Na segunda temporada, 12 crianças com idades entre 8 e 12 anos disputam o prêmio de melhor confeiteiro júnior do País. Diferentemente da edição com os adultos, não há prêmios envolvidos, pelo menos não são divulgados por causa das regras para premiação a menores. O vencedor ganhará, oficialmente, o cobiçado avental preto do programa e o troféu de melhor confeiteiro.

Para Beca, a principal diferença entre adultos e crianças é que os mais velhos demonstram uma auto cobrança superior às crianças, o que resulta numa maior dificuldade no controle emocional.

“Sendo assim, muitas vezes os adultos têm receio de se arriscar. Já as crianças não têm medo de errar, elas gostam de criar, inventar novos sabores. Levamos em consideração a execução e entrega do trabalho final.”

Os participantes encaram dois desafios por programa. Na prova técnica, todos eles recebem a mesma receita e terão que reproduzi-la com fidelidade. Na disputa criativa, eles farão receitas próprias, sempre dentro de uma temática solicitada.

Um bolo “selfie”, isto é, com a “cara” deles foi o tema da primeira prova. E os confeiteiros mirins abusaram da criatividade, colocando o que eles mais gostam de fazer, de comer, a cor preferida e a técnica que mais dominam na receita. Já na segunda prova, o desafio foi trabalhar com frutas com gelatina.

Eliminação deve ser sem traumas
Após a avaliação dos jurados Beca Milano e Olivier Anquier, dois deixam a competição e um se tornar o mestre confeiteiro, além de receber o cobiçado avental azul. O “Júnior Bake Off Brasil" vem consolidar o que já deu muito resultado na versão adulta: a química do nosso trio, Nadja Haddad, Olivier Anquier e Beca Milano.

O que já estava bom, ficou ainda mais encantador pelo magnetismo e energia das crianças”, afirma o diretor Lucas Gentil.

“Gravar com essas crianças tem sido mágico. Elas trazem muito frescor e tem sido muito agradável essa convivência”, diz Olivier Anquier, ao lembrar que é a primeira vez que faz o “Júnior Bake Off”, mas não é a sua estreia em gravação com crianças.

A edição infantil do Bake Off tem um cuidado maior em relação à eliminação para não causar nenhum trauma nas crianças. “Não podemos causar nenhum tipo de bloqueio, temos que ter total respeito por essas crianças”, destaca a apresentadora Nadja Haddad. “Mas não teve nenhuma reação negativa, pelo contrário, elas saem do programa muito animadas e com um sentimento positivo de evolução”, completa.

Para Beca, os jurados tentam deixar as crianças sempre à vontade para aproveitarem a oportunidade. “Todos são vitoriosos e talentosos. É uma tarefa difícil, eu sempre incentivo eles a não desistirem, porque cozinhar é uma paixão, num dia pode não ter ido tão bem porque aquela receita em específico não era o forte dele, já no outro se superar com um preparo que ele tem mais familiaridade.”

Segurança também foi outro quesito considerado. “Tivemos que pensar de maneira diferente do programa dos adultos em relação à segurança, afinal, são crianças trabalhando em uma cozinha”, comenta Anquier.

Engana-se quem pensa que encontrará um monte de jovens brincando de cozinhar no Júnior Bake Off. “Eles têm muita criatividade”, destaca Anquier. “Tecnicamente falando, não deixam nada a desejar para os adultos”, diz a apresentadora.

Nadja Haddad comenta que nem todos os participantes têm pais que cozinham em casa. “Muitos deles buscaram suas referências na internet.” “Surpreendentemente nesta edição, as crianças mostraram muita criatividade nos sabores também, apresentando resultados muito interessantes”, diz Beca.

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Para Nadja, o que chamou muito a atenção foi o espírito agregador dos participantes. Em certo momento do reality, explica Nadja, a garotada não poderá emprestar ingredientes ou ajudar aos colegas e isso deixou os pequenos chateados.

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