Nutrição na Síndrome de Down
Alimentação saudável garante que crianças com a trissomia do cromossomo 21 se desenvolvam e ganhem ainda mais independência
Para a coach em nutrição Liliane Peritore, a razão está na dificuldade de o organismo absorver os nutrientes desses alimentos e isso, muitas vezes, causa problemas intestinais. “Essa já é uma das características da Síndrome de Down que merece ser acompanhada com medicina preventiva”, garante a especialista ao alertar para tendências como problemas na tireoide, envelhecimento precoce e intolerâncias à glúten e à lactose.
A orientação é identificar as carências iniciais para saber, inclusive, se há necessidade de recorrer à suplementação de vitaminas. “Isso vem acompanhado por estímulos como habituar a criança a educar a língua com exercícios e ser independente no simples ato de comer”, explica.
Peritore também sugere incrementar o cardápio com alimentos crus como alface, tomate e repolho. Isso sem falar em molhos com ação anti-inflamatória garantida pelo uso de temperos como cúrcuma, pimenta-do-reino, orégano e até raspas da casca do limão. “A função é desinflamar, como se vê atravês de um abdômen avantajado. Além do mais, é bom excluir itens com muito amido, a exemplo do arroz”, destaca.
E numa fase tão importante para a formação do corpo, como no início da vida, nada melhor do que adotar hábitos que podem ser seguidos ao longo dos anos. Significa fazer as três refeições principais do dia e inserir lanches saudáveis nos intervalos, através de um plano alimentar eficiente, como defende a também nutricionista Geruza Santana. “A família tem que mudar a cozinha e torná-la anti-inflamatória, pois dela sairá o remédio ou o veneno desses pacientes. Eu sempre falo que a cozinha doméstica é um laboratório”, alerta.
A recomendação passa por comer opções encontradas em feiras livres, principalmente os orgânicos, reduzir, cada vez mais os industrializados e ficar atento nos alimentos funcionais e seu poder de prevenir doenças cardiovasculares e até obesidade. “Em resumo, é bom ficar atento a uma dieta alcalinizante representada por comidas ricas em enzimas que facilitem a digestão. Não podemos esquecer que são pacientes com sistema gastrointestinal muito frágil”, reforça Santana.

