Veja 5 mitos sobre os alimentos orgânicos
Apesar de ganhar mais espaço na mesa dos brasileiros, alimentos orgânicos ainda são cercados de muitos mitos
Nos últimos anos, os alimentos orgânicos têm estado cada vez mais em alta no Brasil. Seja por quem procura uma alimentação mais saudável, seja para perder peso, para fugir dos “venenos” dos industrializados, para preservar o meio ambiente.
De acordo com o "Panorama do Consumo de Orgânicos no Brasil 2023", lançado recentemente pela Organis - Associação de Promoção dos Orgânicos, o consumo de alimentos orgânicos no Brasil cresceu 16% comparado a 2021. De cada mil brasileiros, 360 declaram ser consumidores de orgânicos.
Mas, ainda assim, existe muita desinformação e equívocos no setor. Especialistas da foodtech Diferente trazem para a gente os cinco principais mitos em torno dos alimentos orgânicos.
Confira:
1. Orgânico é sinônimo de “sem agrotóxico”
Não exatamente. A legislação brasileira sobre a produção orgânica leva em conta outros critérios. Por exemplo, existem pesticidas e agrotóxicos liberados para produtos orgânicos, mas a diferença é que estes são submetidos a uma regulamentação própria. Infelizmente, o critério para um defensivo ser aprovado para este tipo de manejo não envolve nem eficácia no combate às pragas, nem segurança para o consumidor, o agricultor ou o meio ambiente. O pesticida orgânico precisa ser um produto de ocorrência natural. Não pode ser sintético, isto é, uma molécula criada em laboratório. Na lavoura, os orgânicos são cultivados com adubos naturais e, em caso de necessidade, com defensivos biológicos.
2. Comer orgânicos ajuda a perder peso
Temos a tendência a associar uma alimentação mais natural à perda de peso, o que não necessariamente é verdade. O que leva ao emagrecimento é o déficit calórico, e os alimentos orgânicos, por mais saudáveis que sejam, têm as mesmas calorias que os inorgânicos. O caminho é optar por uma dieta balanceada, com a supervisão de uma nutricionista.
3. Orgânicos não precisam ser lavados
Outro mito. Por mais que não sejam produzidos com agrotóxicos, os alimentos orgânicos estão expostos a potenciais sujeiras e microrganismos patogênicos desde a colheita até o transporte. Portanto, devem ser higienizados propriamente para garantir a saudabilidade no consumo.
4. Alimentos orgânicos são sempre mais caros que os inorgânicos?
Essa é uma das afirmações mais comuns a respeito do consumo de orgânicos, mas será que é bem assim? A resposta é: nem sempre. Pesquisas como a realizada pelo Instituto Kairós demonstram que, considerada a sazonalidade das colheitas, é possível encontrar orgânicos com preços equivalentes e até mais baratos que os alimentos convencionais. Um importante fator que determina o valor dos orgânicos é a via de comercialização, numa equação que envolve desde os produtores de orgânicos, passando pelos intermediários e chegando até os mercados. Contudo, vale reforçar que todas as médias de preços nos supermercados são maiores do que nas feiras orgânicas.
5. Orgânico é uma onda passageira
Os orgânicos podem até parecer uma nova proposta alimentar, mas na realidade trata-se de um resgate de práticas milenares. Nesse período, as técnicas agrícolas eram ajustadas às condições de cada região. Em lugares frios, era comum fazer o arado para aquecer o solo depois do inverno e descompactar a terra que ficava muito endurecida.
Por exemplo, os antigos egípcios utilizavam cinzas de ervas daninhas, conchas do mar, argila e partes de vegetais para fertilizar a terra. Já na Índia, usava-se o esterco de vaca ou até mesmo a rotação de cultura, de modo que cada uma devolvesse para a terra os nutrientes que a outra tirou. Ou seja, ao optar pelos orgânicos, além de investir em nossa saúde individual, ajudamos a fortalecer pequenos agricultores que mantêm práticas agrícolas tradicionais e em consonância com a sustentabilidade.

