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Alepe avalia em 2ª votação projeto, já aprovado, a favor do voto secreto na eleição para o TCE

Matéria teve 30 votos a favor e nenhum contra durante reunião ordinária na terça (25)

Projeto volta ao plenário da Alepe para segunda votação na tarde desta quarta (26)Projeto volta ao plenário da Alepe para segunda votação na tarde desta quarta (26) - Roberto Soares/Alepe/divulgação

A Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) aprecia na tarde desta quarta-feira (26), em segunda votação, o projeto de lei que estabelece o voto secreto para a eleição de conselheiro do Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE-PE). A proposição de autoria da Mesa Diretora da Casa foi aprovada na terça (25), por unanimidade, na Comissão de Constituição, Legislação e Justiça e em plenário, onde obteve 30 votos a favor e nenhum contra. É mais um passo para consolidar a autonomia da Alepe, reduzindo a interferência do Executivo. 

Nos bastidores, a governadora Raquel Lyra (PSDB) estaria defendendo o nome da deputada Débora Almeida (PSDB) para a vaga, que tem a candidatura enfraquecida com a aprovação do projeto, enquanto o presidente da Casa, Álvaro Porto (PSDB), apoia o deputado Rodrigo Novaes (PSB). A eleição está prevista para agosto, um mês depois da aposentadoria da vice-presidente do TCE, conselheira Teresa Duere.

Pela manhã, durante reunião da Comissão de Constituição, Legislação e Justiça, o relator da proposta, deputado Joãozinho Tenório (Patriotas), vice-líder do Governo, alegou que o voto secreto é uma segurança jurídica para a eleição do TCE-PE. Em janeiro, o Supremo Tribunal Federal (STF) invalidou o pleito no Espírito Santo porque a votação se deu de forma aberta. A Procuradoria-Geral da República (PGR) argumentou que o modelo aberto violaria o princípio da separação dos Poderes. 

Débora Almeida foi a única integrante da CCLJ a fazer ressalvas à proposta, embora tenha votado a favor. "Discordo do voto secreto. Em toda minha vida pública sempre prezei pela transparência", alegou, saindo após a votação. Não participou da audiência que discutiu a autorização do pedido de empréstimo do Governo, que contou com a presença do secretário de Planejamento, Fabrício Marques, nem acompanhou a sessão ordinária, quando o plenário aprovou o voto secreto. A deputada explicou ter agenda no Amazonas nesta quarta e quinta, por isso precisou ausentar-se.

Na comissão, também acompanharam o voto do relator os deputados Luciano Duque (Solidariedade), Romero Albuquerque (União Brasil), Sileno Guedes (PSB) e Waldemar Borges (PSB).  A reunião foi presidida pelo deputado Antônio Moraes (PP). Os deputados Alberto Feitosa (PL), João Paulo Lima e Silva (PT)  e William Brígido não compareceram..

Beneficiado
Tido como um dos beneficiados com o voto secreto, Rodrigo Novaes disse não existir candidatura. "A gente tem conversado com os deputados e demonstrado a necessidade de estarmos unidos. Existe um apoio do presidente da Casa a uma postulação nossa, mas tudo isso de maneira embrionária  É muito cedo para falar nisso, ainda mais em favoritismo. O que a gente tem tentado é unir a Assembleia e isso deve ser maior que nomes", argumentou, depois da aprovação em plenário.

Líder da oposição, a deputada Dani Portela (PSOL) também votou a favor do projeto, embora seja contrária ao voto secreto. "Defendo o voto aberto e irrestrito, inclusive para a eleição da Mesa Diretora", disse a deputada, justificando a decisão diante da inconstitucionaldade do pleito para o TCE, caso aconteça com escolha aberta. Dani Portela registrou ainda que na Assembleia do Ceará a votação para Mesa Diretora já é aberta.

Emenda
Também foi aprovada na terça (25), na CCLJ e em plenário, a emenda de autoria de Waldemar Borges (PSB) ampliando o número de indicações de cada deputado aos nomes que vão concorrer ao cargo de conselheiro. Atualmente cada parlamentar só pode assinar dois requerimentos em apoio às candidaturas. O relator Joãozinho Tenório havia rejeitado a emenda, mas acabou sendo voto vencido.

Também disputam a vaga para o TCE os estaduais Francismar Pontes (PSB), Joaquim Lira (PV) e Kaio Maniçoba (PP); o federal Guilherme Uchoa Júnior (PSB) e o ex-deputado Tony Gel. 

 

 

 

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