Sáb, 13 de Dezembro

Logo Folha de Pernambuco
Vida Plena

Disfagia: conheça sintomas e tratamentos

Engasgamento ou tosse durante as refeições e dor ao engolir podem ser sinais de disfagia

Fonoaudióloga Cristiane Neves, do Hospital Jayme da FonteFonoaudióloga Cristiane Neves, do Hospital Jayme da Fonte - Arthur Mota/ Folha de Pernambuco

Engasgamento ou tosse durante as refeições, dor ao engolir e sensação de que o alimento fica parado na garganta podem ser sinais de disfagia, sintoma que acomete pessoas das mais diversas idades. Porém, com o diagnóstico correto e o tratamento adequado, os pacientes disfágicos conseguem minimizar o problema e ter mais qualidade de vida. 

Segundo a fonoaudióloga Cristiane Neves, do Hospital Jayme da Fonte, caso os sintomas como tosse, engasgo, espirro, coriza e dificuldade de engolir persistam por mais de três dias, pode ser um quadro de disfagia

“Em um paciente disfágico, essa dificuldade, esses sintomas vão perdurar, precisando assim buscar um profissional médico que vai orientar a buscar um fonoaudiólogo. Somos nós os profissionais que fazemos o diagnóstico, que traçamos um tratamento para esse paciente. A dificuldade se dá pelo enfraquecimento da estrutura, pela incoordenação do movimento da língua, do palato mole, do esfíncter faríngeo, da própria faringe, então essas estruturas não conseguem se coordenar e um movimento adequado”, pontuou Cristiane.  

A dificuldade durante a deglutição pode trazer graves consequências à saúde. Os desvios de alimentos ou saliva podem obstruir parcial ou completamente as vias respiratórias, de acordo com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, vinculada ao Ministério da Educação. 

O envelhecimento natural de estruturas envolvidas na deglutição como lábios, língua e bochechas, assim como doenças neurológicas (Parkinson, Alzheimer, Acidente Vascular Cerebral), distrofias musculares e câncer de cabeça e pescoço podem facilitar esses desvios. 

A disfagia pode acometer pessoas das mais diversas idades, desde o recém-nascido, até o idoso. No caso do recém-nascido, o problema pode acontecer devido a hipóxia, condição em que não chega oxigênio suficiente às células e tecidos do corpo, o que causa um dano cerebral. No caso de pessoas acima de 65 anos, a disfagia pode aparecer devido à fraqueza muscular, como também ao aparecimento de doenças neurológicas. 

“Nós podemos também ter as pessoas que foram acometidas de um traumatismo crânio encefálico devido a uma queda da própria altura, ou a uma queda de uma altura mais significativa, um acidente de carro. Temos também os pacientes que estão hospitalizados e que fizeram uso de ventilação mecânica, de um tubo orotraqueal”, destacou a fonoaudióloga. 

Se não identificada e tratada, a disfagia pode causar desidratação e desnutrição decorrentes da dificuldade na alimentação, isolamento social, além da penetração laríngea, quando, durante a tosse, um pedaço de alimento passa e atinge a traquéia, problema que pode levar a um quadro de pneumonia. 

“Nós temos também a desnutrição, porque o paciente disfágico come num ritmo diferente. Quando ele precisa do auxílio de alguém, esse alguém precisa ter muita paciência para ofertar o alimento. E ainda nós temos o isolamento social. O isolamento social se dá porque o idoso, a pessoa disfágica, por muitas vezes sente vergonha em comer na frente de alguém, sente vergonha na consistência do alimento diferente, sente vergonha porque espirra, tosse, engasga, porque a voz modifica após esse alimento”, disse. 

O tratamento varia de acordo com a gravidade de cada caso. A princípio, o especialista modifica a consistência do alimento a depender da necessidade da pessoa, além de orientar familiares, e cuidadores, caso o paciente não consiga se alimentar sozinho. 

“Passado essa fase inicial, que se dá na avaliação, eu determinei qual seria a gravidade, orientei a família, modifiquei a consistência, parto propriamente dito para a fonoterapia, que são exercícios ativos e passivos que vão proporcionar a musculatura o ganho de força, de movimento, trazendo assim de volta a coordenação, a possibilidade de deglutição dessa pessoa”, reiterou Cristiane. 

 

Veja também

Newsletter