Alexandre Rezende leva seu samba com sotaque caipira à Caixa Cultural
Músico mineiro busca inspirações em ritmos como cururu, calango e repente ao fazer show nesta terça-feira (24)
Perto do rio e distante do mar, surge o samba caipira - com inspirações no cururu (o repente, o embate poético ao som da viola), no calango e no batuque. É com esse samba que o mineiro Alexandre Rezende chega a Recife para fazer parte do projeto musical "Samba de Bamba", que ocorre nesta terça-feira (24), às 20h, no Teatro da Caixa Cultural, no Recife Antigo.
O show "Beira Rio" já diz no próprio nome: Alexandre traça, com ele, um trajeto pela música que está além do consagrado berço do samba - na beira do mapa do ritmo pelo País.
"A gente tem um trabalho de buscar essas referências além do samba carioca, é um dever quase de militância, reconhecer um jeito de fazer samba diferente da estética do samba carioca", explica Alexandre. "O samba regional tem uma identidade estética muito particular, uma referência muito local, e muitas vezes não é reconhecido como samba", completa.
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“'Beira rio' é para falar desse lugar mais marginal, que está fora do centro, realmente nas margens, à beira. O rio é nossa referência maior - seja o Rio de Janeiro, onde o samba nasceu e cresce; seja o rio mesmo, nosso principal vetor de água já que estamos longe do mar. Essa coisa do caipira que fica muito na beira do rio, pescando, montando agricultura”, referencia o mineiro, traçando paralelos também com o samba do Rio de Janeiro, do qual se alimenta, mas não copia.
Vencedor, em 2013, da sétima edição do concurso "Novos Bambas do Velho Samba", no Rio de Janeiro, Alexandre traz para o show de hoje a garantia de um repertório de canções feitas em Minas Gerais e regiões mais ao norte do Brasil.
Com músicas tanto da autoria de Alexandre como releituras de compositores consagrados que também percorreram o samba por outro caminho além do tradicional, serão recriados, durante a noite, alguns percursos trilhados pelo gênero ao se encontrar com o calango, o lundu e as origens sertanejas, de Roque Ferreira a Ary Barroso - de quem Alexandre é primo distante.
Com participação do cantor e compositor pernambucano Adiel Luna, serão lembradas obras de compositores mineiros, como Geraldo Pereira, sambista de Juiz de Fora que, se estivesse vivo, completaria 100 anos em 2018.
“A gente fica muito feliz e com muita humildade porque a gente sabe a importância cultural que é o estado de Pernambuco. Para a gente vai ser um privilégio tazer nossa música para um lugar que preserva tanto o regionalismo, um lugar que tem essa identidade muito forte”, prestigia o cantor. O show vai ser, de fato, uma troca de experimentações musicais.
Serviço:
Samba de Bamba com Alexandre Rezende
Quando: Nesta terça-feira (24), às 20h
Onde: Teatro da Caixa Cultural (Av. Alfredo Lisboa, 505, Recife Antigo)
Ingressos: R$ 20 e R$ 10 (meia-entrada)
Informações: (81) 3425-1905

