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SHOW

Alice Caymmi reverencia a tia Nana em show na Casa Estação da Luz, neste sábado (9)

Em "Para Minha Tia Nana", a cantora carioca revisita a trajetória artística de uma das mais importantes vozes da música brasileira, Nana Caymmi, falecida em maio, aos 84 anos

Alice CaymmiAlice Caymmi - Foto: Marcela Cure/Divulgação

Há 24 anos, uma Alice Caymmi pré-adolescente dava seu primeiro passo como cantora. Ela gravara a canção “Seus Olhos”, composição da irmã Juliana, no álbum “Desejo” (2001), o 17º da carreira de sua tia Nana, uma das vozes mais marcantes da música brasileira.

A convite dela, Alice ingressava, então, em um caminho sem volta, principalmente quando se trata de uma das mais importantes linhagens artísticas do País: a família Caymmi.

Recentemente, em maio, Nana Caymmi (1941-2025) nos deixou, aos 84 anos. Deixou como legado uma obra coesa, construída por um repertório marcado pela emoção e sofisticação. Deixou desperta, na sobrinha Alice, a verve passional, intensa, características similares em ambas… e, também, muitas saudades.

Alice Caymmi, então, se debruçou, por mais uma vez, na obra de Nana Caymmi, para reverenciá-la. Após apresentações no Rio de Janeiro (RJ), Alice vem a Olinda, com o show “Para Minha Tia Nana”, neste sábado (9), na Casa Estação da Luz, um espetáculo carregado de sentimento e intensidade.

O show
No show “Para Minha Tia Nana”, Alice Caymmi revisita grande parte da trajetória da cantora, através de canções que pontuam sua passagem e sua marca na música popular brasileira. Na verdade, Alice retoma o show que ela estreou em 2018. Só que agora sob um novo contexto: a ausência de Nana.

“Eu já tava lidando com a morte dela, já tava processando a morte dela, ouvindo ela sem parar, passeando pela discografia (...). A hora da escolha do repertório foi um momento simples, porque eu já tava nesse processo, já tava ali dentro, mas claro que dói muito. Logo no começo foi difícil, pois tinha pouco tempo da morte dela, mas, agora que já tem algum tempo de maturação, eu consigo ter um pouco mais de diversão ali em cena e trazer coisas divertidas sobre a vida dela”, conta Alice, em entrevista à Folha de Pernambuco.

Repertório
Acompanhada do pianista Eduardo Farías, Alice passeia por clássicos do repertório de Nana, como “Resposta ao Tempo”, “Só Louco”, “Suave Veneno”, “Oração ao Tempo”, e boleros como “Sabe de Mim” e “Se Queres Saber”, e também conta passagens importantes – e algumas divertidas – da vida da tia.

“A ideia é mostrar a trajetória dela, mostrar a participação dela em diferentes movimentos da música, em diferentes gostos dela, coisas que ela gostava e que se aproximava, como a obra de Tom Jobim… O casamento dela com João Donato, a gente fala um pouco sobre isso, fala de alguns outros casamentos”, resume Alice.

Influência
É incontornável a influência de Nana sobre a persona artística de Alice. Além da genética, que conferiu aos Caymmi uma marca inconteste – a voz grave, comum a praticamente todos que seguiram o caminho da música, como o pai Danilo, o tio Dori –, outros aspectos que dizem respeito a Nana também são referenciais para Alice.

“Eu tinha uma ligação muito forte com ela… artística também, pela semelhança da voz e por algumas escolhas estéticas parecidas, mas, também tinha coisas muito pessoais que conversavam, algumas maneiras de ser, opiniões, maneiras de ver a vida. A gente tinha muitas coisas em comum e muitas coisas opostas também. Era uma identificação e desidentificação muito fortes, tudo ao mesmo tempo”, conta Alice.

“A Nana tá presente em mim como intérprete, como cantora, ou seja, ela permeia tudo, né? O estilo dela, a maneira dela de cantar sempre me influenciaram muito”, completa.


SERVIÇO
Alice Caymmi em “Para Minha Tia Nana”
Quando: Sábado (9), a partir das 18h
Onde: Casa Estação da Luz - Rua Prudente de Morais, 313, Carmo - Olinda-PE
Ingressos: R$ 100, no Sympla
Instagram: @casaestacaodaluz / @alicecaymmi 

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