Autora de ''Normal People'' é premiada no Reino Unido, mas não vai à cerimônia por medo de prisão
Irlandesa Sally Rooney ganhou o prêmio Sky Arts de literatura por seu quarto romance, 'Intermezzo', mas disse que "não poderia estar presente" por apoio ao grupo Ação Palestina
A escritora irlandesa Sally Rooney ganhou o prêmio britânico Sky Arts de literatura por seu quarto romance, "Intermezzo", mas preferiu não comparecer a cerimônia. A autora da série "Normal people" teme ser presa caso entre no Reino Unido, por conta de seu apoio ao grupo "Ação Palestina".
Segundo o jornal inglês "The Guardian" o público na cerimônia, terça-feira passada, foi informado de que Rooney "não poderia estar presente". Seu editor, Alex Bowler, recebeu o prêmio em seu nome.
Em agosto, Rooney afirmou que pretende usar a renda de suas obras, que incluem "Normal People" e "Conversations with Friends", juntamente com suas adaptações da BBC, para apoiar a "Ação Palestina". Desde julho, o grupo é considerado uma organização terrorista no Reino Unido. Ainda segundo o "Guardian", mais de 1.600 pessoas foram presas em conexão com a Ação Palestina desde a proibição no início de julho.
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Desde então, ela cancelou seus compromissos públicos na Grã-Bretanha. Na premiação do Sky Arts, Bowler leu uma declaração de Rooney. No texto, ela explica que havia sido informada de que "não poderia mais entrar com segurança no Reino Unido", pelo risco de ser presa.
"Estou muito emocionada e grata por receber este prêmio", diz a declaração de Rooney. "Eu realmente amei escrever Intermezzo e significa muito para mim pensar que ele encontrou um pequeno lugar na vida de seus leitores. Obrigada. Gostaria de estar com vocês esta noite para receber a homenagem pessoalmente, mas, devido ao meu apoio aos protestos não violentos contra a guerra, fui informada de que não posso mais entrar em segurança no Reino Unido sem o risco de se presa. Assim, quero agradecer ainda mais calorosamente por honrarem meu trabalho esta noite e reiterar minha crença na dignidade e na beleza de toda a vida humana, e minha solidariedade com o povo da Palestina.”

