Frank Sinatra completaria 110 anos: relembre a vida do artista que se tornou símbolo na música
Da ascensão nas big bands à consagração em Hollywood, trajetória do cantor e ator segue influenciando gerações mais de um século após seu nascimento
Quem poderia imaginar que um garoto de Hoboken se tornaria um dos maiores ícones do século XX? Nesta sexta-feira (12), completam-se 110 anos do nascimento de Frank Sinatra, cantor e ator cuja carreira atravessou mais de cinco décadas e moldou a história da música popular americana (e do mundo). Filho único de imigrantes sicilianos, Sinatra nasceu em 1915, em Nova Jersey, e cedo encontrou no rádio e nos clubes noturnos o caminho para a fama.
Ainda na adolescência, decidiu que seria cantor, inspirado por Bing Crosby. O destino mudou quando o líder de banda Harry James o chamou para gravar, abrindo portas para sucessos como All or Nothing at All. Em 1940, já ao lado de Tommy Dorsey, conquistou projeção nacional, mas dois anos depois rompeu com a banda para construir seu nome solo — decisão que definiria a fase seguinte da carreira.
Da histeria das fãs ao estrelato no cinema
Entre 1943 e 1946, Sinatra se consolidou como fenômeno cultural. As “bobby-soxers” lotavam shows, rendendo ao jovem os apelidos de “A Voz” e “O Sultão do Desmaio”. No cinema, estreou em 1943 e ganhou seu primeiro Oscar dois anos depois pelo curta The House I Live In, que promovia tolerância racial e religiosa. O pós-guerra, porém, abalou sua popularidade: contratos foram encerrados e o artista enfrentou um período de baixa.
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A virada veio em 1953, quando interpretou o soldado Maggio em A Um Passo da Eternidade (From Here to Eternity). O papel, seu primeiro sem cantar, lhe garantiu o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante e relançou sua carreira. Na música, a Capitol Records lhe deu espaço para desenvolver um estilo vocal mais maduro, sustentado pelo diálogo com o jazz.
Na segunda metade dos anos 1950 e início dos 1960, consolidou-se como figura central do show business. Ganhou indicação ao Oscar por O Homem do Braço de Ouro (1955), brilhou em Sob o Domínio do Mal (1962) e, ao lado de Sammy Davis Jr., Dean Martin, Peter Lawford e Joey Bishop, ajudou a definir o imaginário de Las Vegas com o Rat Pack — grupo que misturava glamour, humor e vida noturna explosiva.
Nesse período, vieram os maiores clássicos: Strangers in the Night (1966), vencedor do Grammy, e Something Stupid, gravada com sua filha Nancy, que liderou as paradas por quatro semanas em 1967. No fim da década, My Way se tornaria uma marca definitiva de Sinatra, imortalizando o tom confessional que caracterizou boa parte de sua obra.
A década de 1970 marcou um retorno após breve hiato, com o álbum Ol’ Blue Eyes Is Back, além de uma participação crescente na política americana. Sinatra apoiou diferentes candidatos ao longo da vida, de Franklin D. Roosevelt a Ronald Reagan — que lhe concedeu a Medalha Presidencial da Liberdade em 1985.
No campo pessoal, casou-se quatro vezes e teve três filhos, todos com sua primeira esposa, Nancy Barbato. Sua vida privada alimentou tabloides, assim como a biografia não autorizada publicada por Kitty Kelley em 1987, que mencionava supostas ligações com a máfia — acusações que não diminuíram sua popularidade.
Em 1993, já aos 77 anos, voltou a atingir novas gerações com o álbum Duets, gravado com nomes como Barbra Streisand, Tony Bennett e Aretha Franklin. Sua última aparição pública ocorreu em 1995, em um evento no Palm Desert Marriott Ballroom, na Califórnia. Três anos depois, em 14 de maio de 1998, Sinatra morreu aos 82 anos, em Los Angeles.
Figura incontornável da música e do cinema, ele resumia seu legado com simplicidade: “Quando canto, acredito nisso. Sou honesto.”

