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Jaildo Marinho apresenta novas obras na exposição "Metamorfismo", que abre ao público no Mepe

Artista plástico pernambuco residente na França retorna às origens em mostra inédita

Jaildo Marinho produzindo peças da exposição "Metamorfismo"Jaildo Marinho produzindo peças da exposição "Metamorfismo" - Foto: Divulgação

Radicado há mais de 30 anos na França, o pernambucano Jaildo Marinho nunca deixou de retornar às suas origens na criação artística. Da atual temporada no Brasil, surgiram as novas obras que compõem a exposição “Metamorfismo”, com abertura marcada para hoje, às 19h, no Museu do Estado de Pernambuco (Mepe).

Nos últimos três meses, Jaildo passou por Santa Maria da Boa Vista, sua terra natal, no Sertão de Pernambuco, e cidades como Petrolina, Recife, São Paulo, Goiânia, Cachoeiro de Itapemirim e Fortaleza. “Rodei o Brasil produzindo essa exposição. Quero mostrar o meu quintal para o mundo”, explica o artista plástico à Folha de Pernambuco.

“É sempre uma alegria voltar às origens, porque a fonte de inspiração maior é a minha raiz. Ela é a base de tudo. Saí do Sertão para o Recife e daqui para Paris. Agora, é como se estivesse fazendo o caminho inverso, entregando de volta o que recebi na minha infância com a cultura do meu lugar”, complementa.

A mostra conta com 25 obras, sendo seis quadros, seis esculturas em mármore, seis esculturas em granito, seis esculturas com chifres e uma instalação. Jaildo conta que a inspiração para parte das peças vem de suas memórias da infância.

“Faço uma homenagem à minha avó, que tinha certo talento econômico. Lembro de ir muito com ela ao matadouro de bois. A carne ela preparava para alimentar a família e, com a gordura, fabricava sabão em pedra. Uso muito os chifres descartados do boi nesta exposição, representando também esse nosso povo marcado. Também há uma instalação com varas de marmeleiro cobertas de sabão”, conta.

O título “Metamorfismo” tem a ver com a capacidade de mutação das matérias-primas utilizadas por Jaildo em obras de arte, mas também com ideias que o artista alimenta sobre o Brasil. “Acho que nosso povo está em fase de composição da consciência. Estamos precisando de uma transformação mental da população”, elabora.

Com curadoria do escritor e crítico de arte Mário Hélio Gomes e direção geral do produtor cultural Will Albuquerque, a exposição está dividida em três salas do Espaço Cícero Dias. O anexo que integra o Mepe leva o nome de outro artista pernambucano que fez carreira na França. “Fico feliz de expor em um lugar que leva o nome de alguém que foi, além de um amigo pessoal, um grande mestre da nossa pintura”, celebra.

Após a estreia no Recife, “Metamorfismo” pode ganhar outros destinos. “O objetivo é circular, levando essas obras para Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Paris. Claro que isso depende de muita coisa do ponto de vista logístico e financeiro, mas vamos batalhar para que isso aconteça”, garante.

Antes de fixar residência na Cidade Luz, Jaildo Marinho estudou escultura por fundição na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Na capital francesa, atua como professor do Atelier de Sculpture et de Fonderie d’Art de La Ville e possui obras espalhadas por espaços públicos. Entre os reconhecimentos internacionais, o pernambucano conquistou a medalha de ouro no Festival de Mahares, na Tunísia, em 1995, e, em 1999, ganhou o Prêmio de Escultura da Bienal de Malta.

Serviço:
Exposição “Metamorfismo”, de Jaildo Marinho
Quando: abertura quinta (10), às 19h; visitação de terça a sexta-feira, das 09h às 17h, e aos sábados e domingos, das 14h às 17h
Onde: Museu do Estado de Pernambuco (Av. Rui Barbosa, 960, Graças - Recife)
Entrada gratuita
Instagram: @metamorfismo_

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