Livro sobre a banda The Monkees será lançado no Recife

A banda norte-americana The Monkees fez um estrondoso sucesso nos anos 1960, chegando a superar os Beatles em número de discos vendidos. Apesar da legião de admiradores conquistada, o grupo protagonista de uma série de TV não escapou de cair no esquecimento após a sua separação, em 1971. Os verdadeiros fãs, no entanto, mantêm acesa até hoje a chama da monkeemania ao redor do mundo. É o caso do carioca Sergio Farias, que dedicou seis anos de sua vida a escrever "Love is understanding - A vida e a época de Peter Tork e os Monkees", biografia do quarteto musical publicada através da editora portuguesa Chiado Books.

O autor - que vem ao Recife para lançar o livro nesta quarta-feira (6), às 19h, na Passa Disco - conheceu a banda ao assistir à reprise do seriado, exibida no Brasil em 1975. "Eu tinha dez anos de idade e fiquei fascinado não só pelas músicas, mas também pela concepção do programa. Em seguida, comecei a me interessar muito pelo pop rock dos anos 1960, mas em todos os jornais e revistas que eu procurava via muita coisa sobre os Beatles e os Rolling Stones, mais nada sobre os The Monkees", relembra.

A falta de informações foi o ponto de partida para que, ao longo de mais de quatro décadas, Sergio reunisse todo o tipo de material sobre os músicos. Depois de lançar "John Lennon - Vida e obra", em 2012, ele resolveu ir atrás de contar a história do quarteto dos Estados Unidos. O fio condutor é a trajetória do baixista Peter Tork, único dos Monkees que ainda não tinha uma biografia individual publicada. "Entre todos, ele foi o que mais sofreu com o ostracismo. Perdeu muito dinheiro e teve problemas com drogas", conta.

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O grupo foi formado em 1965, para uma série de comédia da NBC. Além de Peter, Micky Dolenz, Mike Nesmith e Davy Jones foram selecionados em uma audição divulgada no anúncio de jornal. O rótulo de "pré-fabricada" perseguiu a banda durante toda a sua trajetória. As críticas se agravaram quando Nesmith deu uma entrevista revelando que eles eram impedidos pela gravadora de tocar os instrumentos nos seus dois primeiros discos.

"Esse era o modus operandi da indústria norte-americana. No entanto, quando os Monkees chegaram lá e viram isso, quiseram se rebelar. Mas fizeram isso da pior maneira possível. A partir da denúncia na imprensa, eles queriam criar um clamor popular e reverter o contrato, mas acabaram com a pecha de banda fake, que não faz música de verdade", lamenta. O objetivo de Sergio é provar, através do seu livro, que os Monkees sofreram uma grande injustiça.



"O Peter, por exemplo, é um multinstrumentista com formação em música clássica. Ele toca sete instrumentos, mas por interpretar um personagem que era tido como bobo na série, as pessoas acabaram confundindo ficção com realidade. Os quatro influenciaram bastante a música pop. Foram pioneiros na produção de videoclipes e inovaram ao colocarem telões nos shows, exibindo imagens do seriado e mensagens contra a Guerra do Vietnã e a segregação racial. Na minha opinião, era um grupo completo", elogia.

Para complementar sua pesquisa, Sergio ouviu pessoas próximas de Peter, como a sua segunda ex-esposa, Reine Stewart, além de produtores e jornalistas que já o entrevistaram. O autor tentou entrar em contato com o próprio músico em mais de uma ocasião, mas não obteve sucesso. "Mandei uma cópia do livro para ele e uma carta, em inglês, fazendo uma certa sinopse. Estou tentando um editor para que seja traduzido e, talvez, ele tenha mais acesso à publicação", anseia.

Serviço:

Lançamento do livro "Love is understanding - A vida e a época de Peter Tork e os Monkees", de Sergio Farias
Editora: Chiado Books (393 páginas, R$ 52)
Nesta quarta-feira (6), às 19h
Onde: Passa Disco (rua da Hora, 345, Espinheiro)
Quanto: (81) 3268-0888

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