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Lucas Miranda encara os dilemas de Pedro em "Vermelho Sangue" e reencontra suas origens

Na trama, Pedro é universitário, vive com poucos amigos e mantém um romance duradouro com Juliana, personagem de Ana de Santana

Lucas Miranda, o Pedro de "Vermelho Sangue"Lucas Miranda, o Pedro de "Vermelho Sangue" - Foto: Divulgação

Entre vampiros, lobisomens e segredos enterrados no interior do Brasil, Lucas Miranda encontrou um território familiar. Em “Vermelho Sangue”, série do Globoplay que estreou no começo de outubro, o ator dá vida a Pedro, um jovem cuja rotina pacata é afetada por acontecimentos sobrenaturais.

Com narrativa ambientada na fictícia Guarambá, em Minas Gerais, a produção explora o universo do terror e da fantasia sob uma lente brasileira – e isso, para Lucas, foi o que tornou o convite irrecusável.

“Foi uma escolha óbvia para mim, porque a série se passava em Minas e a gente ia viajar gravando, o que sempre foi um sonho de criança”, lembra ele, que diz ter recusado o convite para novela de emissora concorrente na mesma época.

Na trama, Pedro é universitário, vive com poucos amigos e mantém um romance duradouro com Juliana, personagem de Ana de Santana. Mas a chegada de figuras misteriosas à cidade faz o cotidiano ganhar contornos perigosos. Com isso, o personagem vive perdas, crises de identidade e conflitos familiares.

“Pedro é corajoso. Sofre bastante durante a trama, mas sempre se levanta, sempre está ali para proteger os amigos e a família dele”, resume Lucas, que destaca ainda o senso de justiça do personagem e sua rigidez com princípios.

Para interpretar Pedro, o ator se apoiou em referências pessoais, observações do cotidiano e um mergulho no gênero.

O processo, segundo ele, foi guiado por uma escuta sensível ao ambiente à sua volta. “Até o motorista que levava a gente nas locações me inspirou, porque falava de um jeito muito puxado, com um sotaque forte. Me inspirei muito nessas figuras reais, nos mineiros do interior”, conta.

Uma das marcas de Pedro é a autenticidade no falar. Natural de Uberlândia, Lucas foi orientado a ressignificar o próprio sotaque. “Fui ensinado nos cursos a neutralizar, mas dessa vez me escolheram por causa do sotaque.

Queriam as gírias mineiras, a melodia. Nesse aspecto, me deram muita liberdade criativa”, celebra. A construção do personagem envolveu ainda mudanças físicas: o visual precisou ser ajustado, com corte de cabelo, barba aparada e treinos para encarar cenas de ação, como a que gravou com Lucas Leto.

“Foi exaustivo, mas gratificante”, comenta o ator, músico e dublador, que estreou nos palcos aos 15 anos.
Nome completo: Lucas Oliveira Miranda.

Nascimento: 13 de abril de 1996, em Uberlândia, Minas Gerais.
Atuação inesquecível: “No teatro, interpretei o Boca de Ouro (personagem-título da peça de Nelson Rodrigues), para o qual me entreguei de corpo e alma. No audiovisual, é o Pedro”.
Interpretação memorável: Leonardo DiCaprio como Jordan Belfort no filme “O Lobo de Wall Street”, dirigido por Martin Scorsese e lançado em 2013.
Momento marcante na carreira: “Quando eu cheguei no Rio para estudar teatro e cinema, aos 18 anos, sem conhecer ninguém e nada por aqui”.
O que falta na televisão: “Contar mais histórias das entranhas do nosso Brasil, saindo do estereótipo”.
O que sobra na televisão: “Drama e traição”.
Com quem gostaria de contracenar: Wagner Moura.
Se não fosse ator, seria: “Já sou músico e compositor”.
Ator: Wagner Moura.
Atriz: Fernanda Montenegro.
Novela preferida: “Chocolate com Pimenta”, escrita por Walcyr Carrasco e exibida originalmente pela Globo entre 2003 e 2004.
Vilã(o) marcante: Carminha, papel de Adriana Esteves na novela “Avenida Brasil”, escrita por João Emanuel Carneiro e exibida originalmente pela Globo em 2012.
Personagem mais difícil de compor: Psicopatas.
Que novela gostaria que fosse reprisada: “Chocolate com Pimenta”.
Que papel gostaria de representar: “Personagens aventureiros. Ou qualquer astro do rock. O próprio Chorão, que é a minha maior referência nacional”.
Filme: “Cidade de Deus”, dirigido por Fernando Meirelles, codirigido por Kátia Lund e lançado em 2002.
Autor: Gabriel Martins e Raphael Montes. 
Diretor favorito: Kleber Mendonça Filho e Aly Muritiba.
Mania: “De cantar no chuveiro”.
Medo: “De não conseguir realizar meus sonhos”.
Projeto: “Rodar o mundo filmando e ser protagonista de uma série”.

“Vermelho Sangue” – Globoplay.

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