Sáb, 06 de Dezembro

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Masp terá obras que fizeram parte da Bienal de Veneza e foram doadas ao acervo da instituição

São 28 novos trabalhos; do total, 25 estiveram efetivamente na mostra internacional e três são de artistas que integraram a exibição com trabalhos assemelhados

MASPMASP - Foto: Divulgação/Masp

O Museu de Arte de São Paulo (Masp) terá a inclusão de 28 novas obras, no contexto da última Bienal de Veneza, doadas ao acervo da instituição. Ao todo, são 25 novos trabalhos incluídos à coleção do museu. Do total, 25 obras efetivamente fizeram parte da mostra internacional. Outras três são de artistas que integraram a exibição com trabalhos “da mesma natureza” informou a instituição.

Esses trabalhos poderão ser conferidos na nova exposição "Acervo em transformação: Doações recentes", em cartaz a partir de 22 de agosto até 26 de outubro de 2025. A exibição tem curadoria de Adriano Pedrosa, diretor artístico do MASP, Regina Teixeira de Barros, curadora do acervo e Matheus de Andrade, assistente curatorial.

Realizada entre abril e novembro do ano passado, a 60ª edição da Bienal de Veneza teve como curador o mesmo Adriano Pedrosa. O diretor do museu paulistano foi o primeiro latino-americano a comandar um dos mais importantes eventos de arte no mundo em 130 anos de história.

— Em algumas obras partiu dos próprios artistas (o desejo de doar). E outras a equipe de curadoria fez sugestões para que conselheiros e possíveis doadores o fizessem — conta Regina Teixeira de Barros, curadora do acervo MASP. — Algumas dessas obras integrarão na exposição ‘Histórias da Ecologia’, que abre em setembro. Outras estão no segundo andar (do prédio Lina) junto a outras obras do acervo. São trabalhos que já estão rodando pelo museu, bem visíveis. Não estão apenas concentradas no mezanino (no primeiro subsolo do Edifício Lina Bo Bardi, onde será inaugurada a mostra das novas obras).

De acordo com Regina Teixeira de Barros, a chegada das novas obras também aumenta a diversidade de nacionalidades de artistas presentes no acervo da instituição. Até aqui, artistas do Zimbabue, África do Sul, Paquistão, Bolívia, Camarões, Panamá e Angola não estavam representados no acervo — fato que será contornado com as novas chegadas da “Biennale”.

Entre as novas chegadas, há obras do jovem fotógrafo boliviano River Claure. Na descrição de seus trabalhos na Bienal de Veneza (e que parte poderá ser vista no Masp) há a indicação de que a série Warawar Wawa (2019-2020) é “uma adaptação de O Pequeno Príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry, ambientada na Bolívia contemporânea”. Outra série chamada de Mita (2022-atualmente) é um “retrato sensível da vida nas comunidades mineradoras andinas que faz referência a quinhentos anos de extrativismo colonial”.

O eixo curatorial da Bienal debruçou-se sobre o que é chamado de “arte popular” e à diversidade sexual e de gênero — ou seja, integrantes da comunidade LGBTQIA+. Além disso, houve especial interesse na produção artística do “Sul Global”, países em desenvolvimento com desafios socioeconômicos e políticos, em geral na África, America Latina, Ásia e Oceania.

A lupa da diversidade, diz Regina, também tem norteado as decisão do museu na programação de todo o ano.

"Quando realizamos a programação pensamos na diversidade. Quantas mulheres estão nas exposições individuais? Há latino-americanos exibindo? Tem todo um cuidado para cobrir uma representatividade (ampla)", afirma.

Novo prédio
A movimentação no Masp neste 2025 foi grande. Em março, o museu inaugurou seu segundo prédio, batizado de Pietro Maria Bardi, em homenagem ao crítico e marchand (e marido de Lina Bo Bardi) que figurou como um dos fundadores do museu. O novo endereço fica imediatamente ao lado do “antigo” Masp — e terá um túnel subterrâneo de 40 metros quadrados ligando os dois prédios, mas que deve ser aberto ao público nos próximos meses.

As novas obras ligadas à Bienal de Veneza estarão exibidas, porém, no prédio “original” e histórico do Masp. Cujo batismo ficou sob o nome de Lina Bo Bardi. É lá também que ocorre a mostra inédita de Claude Monet (1840-1926), em que organiza as obras do pintor sob a ótica da ecologia. A mostra com o impressionista está em cartaz até 24 de agosto.

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