"Melhor da Noite" é instável, mas tem carisma de Otaviano Costa; leia crítica
Programa é aposta na grade de entretenimento da Band às quartas, quintas e sextas
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Lançado em agosto de 2023 como uma das principais apostas da Band em sua reestruturação de programação, o “Melhor da Noite” acumula desafios desde sua estreia.
O programa, atualmente apresentado por Otaviano Costa às quartas, quintas e sextas-feiras, às 22h40, é exibido logo após o humorístico “Perrengue do Dia”.
E esse já é um problema: antes dele, vai ao ar o “Show da Fé”, faixa religiosa paga que ocupa quase uma hora da grade e compromete fortemente o fluxo de audiência da emissora. Em um canal que sequer disputa o terceiro lugar entre as emissoras abertas, são entraves estruturais que tornam a missão de Otaviano ainda mais difícil.
Instabilidade
Apesar do carisma do apresentador e de sua habilidade em comandar entrevistas e quadros, o “Melhor da Noite” enfrenta instabilidade editorial. Com menos de dois anos no ar, já passou por três reformulações e deve encarar a quarta, com a anunciada saída de Otaviano.
Antes dele, passaram pelo comando nomes como Glenda Kozlowski, Zeca Camargo e Rodrigo Alvarez — todos com ampla experiência jornalística e passagens notórias pela Globo. O rodízio de apresentadores e constantes mudanças no formato impedem que o programa consolide uma identidade própria.
A proposta original de unir jornalismo e entretenimento até parecia promissora, com espaço para pautas sobre gastronomia, ciência e viagens, entre outras editorias. Mas, atualmente, o “Melhor da Noite” parece apostar em um pouco de tudo, mas ainda sem encontrar um eixo que funcione de forma consistente.
Equivocado
Um exemplo dessa falta de foco é o quadro “Vale Tudo, Menos Cuspir”, que busca estimular a comédia ao colocar convidados para assistir a esquetes com a boca cheia d’água, tentando não rir.
A intenção pode até ser válida - fomentar o humor na tevê aberta -, mas o resultado são cenas de cusparadas em câmera lenta que podem constranger mais do que entreter o público.
Ainda assim, há méritos. Otaviano segura bem as entrevistas e interações com seus convidados, mesmo quando o roteiro não ajuda. Mas falta ao “Melhor da Noite” aquilo que parecia sua vocação inicial: uma pegada mais informativa e inspiradora, que foi enfraquecida ao longo das mudanças. A audiência reflete essa indefinição: oscilando entre 0,2 e 0,7 ponto de média geral, nada parece justificar o investimento.
SERVIÇO
“Melhor da Noite” - Quartas, quintas e sextas, às 22h40 na Band.

