Morre o escritor e cineasta pernambucano Fernando Monteiro, aos 75 anos
Autor participou de importantes movimentos culturais no Recife, como a Geração 65
Morreu nesta quarta-feira (12), aos 75 anos, o escritor e cineasta Fernando Monteiro. O pernambucano participou de importantes movimentos culturais do Recife, como a Geração 65, na literatura.
Fernando deixa esposa e três filhos. A causa da morte ainda não foi divulgada pela família. O velório e o sepultamento ocorrem nesta quinta-feira (13), a partir das 14h30, no Cemitério de Santo Amaro.
Nascido no Recife, Fernando tinha formação acadêmica em ciências sociais e estudou cinematografia em Roma, na Itália. Sua estreia como escritor ocorreu com o poema longo “Memória do Mar Sublevado”, publicado pela Editora Universitária em 1973.
Leia também
• Empregada doméstica do Recife lança livro sobre 50 anos de trabalho nesta sexta (14)
• Morre Peter Navy Tuiasosopo, ator de "Velozes e Furiosos", aos 61 anos
• Agressor do escritor Salman Rushdie vai a julgamento nos EUA
O trabalho do pernambucano na poesia inclui ainda títulos como “Ecométrica”, que conquistou prêmio nacional da UBE/Rio em 1984, “Hiléiade” e “A Interrogaçao dos Dias”.
Como romancista, Fernando se destacou com obras como “Aspades, ETs, Etc”, “A Cabeça no Fundo do Entulho” e “O Livro de Corintha”. Este último foi o vencedor da primeira edição do Prêmio Pernambuco de Literatura, em 2013.
No cinema, o pernambucano dirigiu curtas-metragens documentais ou com temáticas culturais. Algumas de suas obras representaram o Brasil em festivais internacionais na Alemanha, no México e na Polônia.
A morte de Fernando Monteiro foi lamentada por leitores e amigos do escritor. O crítico literário e curador Schneider Carpeggiani escreveu em sua página no Instagram que Fernando era um de seus heróis.
“Fernando sabia que a literatura é um flerte fatal e por isso acabou sendo apagado ao longo dos últimos 20 anos. Fernando denunciou os jogos de silenciamento do universo literário brasileiro”, apontou Schneider. “Se ainda existir futuro, iremos ler Fernando Monteiro”, continuou.

