Mostra Cinema e Direitos Humanos chega ao Recife com foco na emergência climática
Com o tema "Direitos humanos e emergência climática: rumo a um futuro sustentável", a edição sublinha a relação entre cultura, memória e proteção ambiental nas lutas de grupos vulnerabilizados
Edição 2025 destaca resistência de territórios urbanos, ribeirinhos, quilombolas e indígenas diante da crise ambiental
A 15ª Mostra Cinema e Direitos Humanos acontece, no Recife, entre terça (2) e sexta (5) da próxima semana, com sessões gratuitas e abertura no Cine Teatro do Parque, Centro do Recife.
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A programação segue na UniFafire e propõe ao público refletir sobre os impactos da emergência climática em diferentes territórios, destacando modos de vida que enfrentam desigualdades e a devastação ambiental.
Promovido pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), o circuito passa por 12 capitais brasileiras.
Mostra
Com o tema “Direitos humanos e emergência climática: rumo a um futuro sustentável”, a edição sublinha a relação entre cultura, memória e proteção ambiental nas lutas de grupos vulnerabilizados.
No Recife, ganha destaque o filme “Eu sou raiz” (2022), de Cíntia Lima e Lílian de Alcântara, que acompanha a trajetória de Mestra Mariinha, liderança quilombola, guardiã de saberes tradicionais e figura fundamental na defesa do território às margens do Rio São Francisco.
A Mostra é realizada em parceria com a Universidade Federal do Ceará (UFC), por meio do Curso de Cinema e Audiovisual, reforçando o lugar do audiovisual como instrumento de transformação social e registro de lutas por direitos.
No Recife, conta com apoio da UniFafire, do Cine Teatro do Parque, e da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
A homenageada do ano é a cineasta Sueli Maxakali, liderança Tikmũ’ũn e referência do cinema indígena. Seu longa “Yõg Ãtak: Meu Pai, Kaiowá” (2025), premiado em festivais nacionais, abre a programação, narrando a busca da diretora pelo pai, afastado da família durante a ditadura militar.
Filmes e temáticas
A seleção reúne 21 obras escolhidas pela professora e pesquisadora Beatriz Furtado (UFC) e pela jornalista e realizadora Janaina de Paula. Os títulos abordam território, ancestralidade, memória e justiça ambiental.
Entre eles está “Ainda há moradores aqui” (2025), de Tiago Rodrigues, sobre os bairros fantasmas de Maceió marcados pelo colapso provocado pela Braskem.
Também integra a mostra “Rua do Pescador, nº 6” (2025), de Bárbara Paz, que revisita memórias emergidas após as enchentes no Rio Grande do Sul, com equipe formada por profissionais afetados diretamente pela tragédia.
Os filmes estão distribuídos em quatro sessões temáticas: Nêgo Bispo/Terra, que aborda resistência quilombola e desastres ambientais; Antônia Melo/Águas, dedicada a conflitos hídricos e pressões de grandes empreendimentos; Raoni/Floresta, voltada a ameaças à Amazônia e disputas territoriais; e a sessão infantil, com produções que aproximam crianças da cultura e do meio ambiente.
Todas as exibições incluem janela de Libras e legendagem para surdos e ensurdecidos, e os debates contam com tradução em Libras.
Oficina
Além das sessões, a Mostra promove em todas as cidades uma oficina. No Recife, o tema é “Imagens do comum: cinema, educação e direitos humanos”, com atividades nos dias 24, 26 e 27 de novembro, no Centro de Artes e Comunicação (CAC/UFPE).
A proposta combina reflexão crítica, práticas audiovisuais e aproximação com os territórios, incentivando o uso do cinema como instrumento de afirmação cultural e preservação de saberes tradicionais.
Com carga horária de nove horas, a formação estimula a valorização das identidades e modos de vida que compõem a diversidade brasileira.
A condução é do educador audiovisual Alessandro Andrade, graduado em Cinema e Audiovisual pela UFPE e diretor de títulos como “Lenilson Braga: O Príncipe do Brega” (2021) e “Espaço Agroecológico da Várzea: 5 anos de Resistência” (2023).
O público prioritário reúne agentes culturais de comunidades e territórios periféricos, educadores e pessoas interessadas na relação entre cinema, educação e direitos humanos.
A proposta busca incentivar a replicação das metodologias em espaços educativos e culturais, reforçando a difusão da cultura dos direitos humanos.
Programação
>> Dia 1 - 2/12, terça-feira
Local: Cine Teatro do Parque
Sessão de abertura – 18h30 às 21h30
Classificação indicativa: 12 anos
Coffee Break
Solenidade + Falas institucionais
Yõg Ãtak: Meu Pai, Kaiowá (2025, 90’)
Direção: Sueli Maxakali, Isael Maxakali, Roberto Romero e Luisa Lanna
>> Dia 2 - 3/12, quarta-feira
Local: UniFafie
Sessão Infantil 1 – 14h às 17h
Classificação indicativa: Livre
Amazônia sem garimpo (2022, 6’50”)
Direção: Tiago Carvalho e Julia Bernstein
No início do mundo (2025, 7’46”)
Direção: Camilla Osório
Chico Bento e a goiabeira maraviósa (2025, 90’)
Direção: Fernando Fraiha
Sessão Raoni (Floresta) – 18h30 às 21h30
Classificação indicativa: 14 anos
SUKANDE KASÁKÁ | Terra doente (2025, 30’)
Direção: Kamikia Kisedje e Fred Rahal
Faísca (2025, 12’)
Direção: Barbara Matias Kariri
Grão (2020, 16’)
Direção: Adriana Miranda
Curupira e a máquina do destino (2025, 25’)
Direção: Janaína Wagner
>> Dia 3 - 4/12, quinta-feira
Local: UniFafire
Sessão Infantil 2 – 14h às 17h
Classificação indicativa: Livre
Ga vī: a voz do barro (2021, 10’46”)
Direção: Ana Letícia Meira Schweig e equipe
Òsányìn: o segredo das folhas (2021, 22’)
Direção: Pâmela Peregrino
Do colo da Terra (2025, 75’)
Direção: Renata Meirelles e David Vêluz
Sessão Antônia Melo (Águas) – 18h30 às 21h30
Classificação indicativa: 10 anos
Kutala (2025, 5’)
Direção: Fabio Martins e Quilombo Manzo
Rio de mulheres (2009, 21’)
Direção: Cristina Maure e Joana Oliveira
Cerrado, coração das águas: Conexão Caatinga (2025, 16’46”)
Direção: Fellipe Abreu e Luis Felipe Silva
As lavadeiras do rio Acaraú transformam a embarcação em nave de condução (2021, 12’)
Direção: Kulumym-Açu
Volta grande (2020, 27’)
Direção: Fábio Nascimento
Rua do Pescador, Nº 6 (2025, 72’)
Direção: Bárbara Paz
>> Dia 4 - 5/12, sexta-feira
Local: UniFafire
Sessão Nêgo Bispo (Terra) – 14h às 17h
Classificação indicativa: 12 anos
Eu sou raiz (2022, 7’)
Direção: Cíntia Lima e Lílian de Alcântara
Ainda há moradores aqui (2025, 42’50”)
Direção: Tiago Rodrigues
Pau d’arco (2025, 89’)
Direção: Ana Aranha
Sessão de encerramento – 18h30 às 21h30
Classificação indicativa: 12 anos
Sede de rio (2024, 72’)
Direção: Marcelo Abreu Góis
SERVIÇO
15ª Mostra Cinema e Direitos Humanos em Recife
Quando: 2 a 5 de dezembro de 2025
Onde: Cine Teatro do Parque - R. do Hospício, 81, Boa Vista / UniFafire - Av. Conde da Boa Vista, 921, Boa Vista
Evento gratuito
Informações: @mcdh.oficial
* Com informações da assessoria

