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"O Agente Secreto" entra oficialmente em cartaz em mais de 700 cinemas brasileiros

Filme brasileiro está em 370 cidades e é o longa com o circuito de lançamento mais amplo em 2025

"O Agente Secreto" entra em cartaz"O Agente Secreto" entra em cartaz - Foto: Paullo Allmeida/Folha de Pernambuco

O tão comentado filme “O Agente Secreto” estreia oficialmente nos cinemas brasileiros hoje, depois de cumprir uma extensa agenda de exibições em mais de 50 festivais e sessões de pré-estreia.

Dirigido pelo pernambucano Kleber Mendonça Filho, o longa-metragem entra em cartaz em mais de 700 cinemas e 370 cidades do País, tornando-se o filme brasileiro com o circuito de lançamento mais amplo em 2025.

Na quarta-feira (5), numa exibição para convidados no UCI do Shopping Recife, em Boa Viagem, Kleber reforçou:

“A gente vem exibindo ‘O Agente Secreto’ desde setembro, quando apresentamos o filme no Cinema São Luiz e no Teatro do Parque. De lá para cá, ele lotou todas as sessões pelas cidades por onde passamos, de Manaus a Porto Alegre. Quero muito que os jovens vejam, porque é um filme que fala muito sobre a história do Brasil e sobre todos nós brasileiros”.

Para Emilie Lesclaux, produtora responsável pelo filme, ainda que a obra já tenha circulado por muitos lugares, a primeira semana no circuito comercial é crucial.

“Os exibidores avaliam o público dos primeiros dias para decidir quantas cópias permanecem em exibição e por quanto tempo. Um bom início também gera repercussão espontânea - mais público, matérias na imprensa, engajamento nas redes, e o famoso ‘boca a boca’. Em um cenário saturado de lançamentos e plataformas, esse impulso inicial é primordial”, disse.

Trajetória
Segundo dados levantados pela Comscore, antes mesmo de sua estreia, “O Agente Secreto” já arrecadou R$ 1,36 milhões e foi visto por mais de 58.440 brasileiros.

Graças às sessões antecipadas, o longa - que tem distribuição nacional pela Vitrine Filmes - ficou entre os dez títulos mais assistidos nos cinemas nas duas últimas semanas.

Com a ampliação de salas e horários, a expectativa é que esses números cresçam nos próximos dias.

Para além da janela de exibição em seu país de origem, o filme tem outra importante trajetória a percorrer.

Escolhida para representar o Brasil na corrida por uma vaga na categoria de Melhor Filme Internacional do Oscar, a produção pernambucana iniciou sua campanha em agosto, quando passou pelo Festival de Telluride, nos Estados Unidos, e ainda terá outros eventos internacionais programados até o anúncio dos indicados, que deve ocorrer em janeiro de 2026.

 Emilie LesclauxEmilie Lescraux trabalhou na produção do filme (Foto: Paullo Almeida)

“O foco é que o filme seja visto pela maior quantidade possível de membros da Academia. Isso envolve organizar sessões fechadas para membros com debates, imprensa, festivais, em várias cidades do mundo, pois hoje a Academia é bem mais diversa que em 10 anos atrás. Não é suficiente fazer campanha para os Estados Unidos. Teremos sessões em Paris, Roma, Londres, Cidade do México e muitas outras cidades importantes para a campanha”, explica Emilie.

Expectativas
A produtora acredita que “O Agente Secreto” tem chances reais de participar da maior premiação do cinema mundial, especialmente pela boa recepção que o título vem conquistando internacionalmente desde o seu lançamento em Cannes, de onde saiu premiado.

No entanto, o reconhecimento e a torcida do público brasileiro já entregam à equipe uma grande recompensa.

“A gente sente muito entusiasmo e expectativa em torno do filme, mas não apenas por causa do Oscar. Tem um clima de orgulho por uma obra que representa o País e isso é muito bonito. As pessoas querem ver o longa e isso é o mais importante nesse momento”, afirma a produtora, que é francesa, mas vive no Recife desde 2002.

Parceira de Kleber Mendonça Filho no trabalho e na vida pessoal, Emilie produziu todos os outros longas-metragens do marido. Nenhum com o tamanho de produção e pretensões de “O Agente Secreto”, uma trama de época ambientada na Capital pernambucana.

“A principal dificuldade foi recriar o Recife de 1977 em uma cidade profundamente modificada e com os recursos limitados de uma produção independente. O projeto exigia escala - muitas locações, um elenco numeroso, cenas complexas e um roteiro extenso. Nossa ambição era traduzir tudo isso numa experiência visual potente”, relembra Emilie.

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