Dom, 07 de Dezembro

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CANTOR

Que referências as músicas de Oruam fazem ao tráfico e às armas

Assim como outras capitais, vereadores do Rio discutem proibir que poder público contrate shows com apologias ao crime

Rapper Oruam é preso no RioRapper Oruam é preso no Rio - Foto: Instagram/reprodução

O rapper Oruam, 23 anos, está no centro das atenções devido ao projeto de lei denominado “Lei Anti-Oruam”, que visa a impedir que o poder público contrate shows de artistas que, de alguma forma, façam apologia ao uso de drogas ou ao crime organizado.

O tema será discutido na Câmara de Vereadores do Rio, após iniciativa da vereadora Talita Galhardo (PSDB), com coautoria de Pedro Duarte (Novo).

Além da polêmica, na manhã desta quarta-feira, o cantor foi preso em flagrante enquanto agentes cumpriam mandados de busca e apreensão em endereços ligados a ele e à mãe, Márcia Nepomuceno.

Oruam é acusado de abrigar um foragido da Justiça em sua residência e de disparar tiros em um condomínio em São Paulo. Ele foi liberado no fim da manhã após assinar um termo circunstanciado.

Letras polêmicas
Na justificativa da vereadora Talita Galhardo para apresentar o projeto de lei que leva o nome do rapper, foi mencionada a música "Faixa de Gaza", de MC Cabelinho.

Oruam interpreta a canção, que menciona assaltos e faz referência ao "Comando Vermelho RL". As letras "R" e "L" são as iniciais do nome de Rogério Lengruber, criador da Falange Vermelha nos anos 1970, organização que deu origem ao Comando Vermelho.

Outras letras também geram discussões nas redes sociais sobre possíveis apologias ao crime organizado e ao uso de armas. Na música "22 Meu Vulgo", ele afirma que "bandido é sempre respeitado". Já em "Lei Anti O.R.U.A.M", o cantor menciona ter uma Glock, pistola semiautomática.

Nas redes, o cantor se defendeu das acusações: "Eles sempre tentaram criminalizar o funk, o rap e o trap. Coincidentemente, o universo fez um filho de traficante fazer sucesso. Encontraram a oportunidade perfeita pra isso. Virei pauta política. Mas o que vocês não entendem é que a lei anti-Oruam não ataca só o Oruam, mas todos os artistas da cena".

Oruam é filho do traficante Marcinho VP, ex-líder do tráfico no Complexo do Alemão que está detido desde 1996 em presídio federal. Ano passado, Oruam causou polêmica durante uma apresentação no festival Lollapalooza, em São Paulo, ao se apresentar vestido com uma camiseta com o rosto do pai e a palavra "liberdade".

Em outras capitais
Pelo menos 12 capitais já contam com projetos semelhantes.

A polêmica começou em São Paulo, quando a vereadora Amanda Vettorazzo (União), coordenadora do Movimento Brasil Livre (MBL), propôs a restrição. Isso aconteceu dias depois de Amanda postar um vídeo nas redes sociais onde afirma que Oruam "abriu a porteira para que rappers e funkeiros começassem a produzir músicas endeusando criminosos e líderes de facções, usando de gírias para normalizar o mundo crime na nossa cultura”.

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