Sensibilidade aflorada na escrita de Lourdes Sarmento

A sensibilidade de Lourdes Sarmento é aflorada desde a infância. Poeta, mas não só isso, ela escreve desde que se entende por gente. “Que eu me dê conta, desde os 8 anos”, diz.

Acamada por uma das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, há quase dois anos, ela produziu um livro. Já melhor, mas ainda se recuperando, ela lança hoje, às 17h, “O Segredo das Acácias”, na Academia Pernambucana de Letras (APL).

O volume reúne ainda alguns poemas produzidos ao longo da trajetória da autora. “Poeta tem disso, né? Gosta de trazer alguns poemas que lhe marcaram mais para que possam ser relidos”, aponta. Eles estão separados dos inéditos pelo título “poemas revisitados”.

“Não mudei nada neles. Muitos põem no meio de um livro novo, mas isso dificulta na hora que a gente morre, aos que quiserem fazer uma obra completa”, complementa. Ela já lançou uma reunião de seus poemas, mas nunca parou de produzir. “Vão ter que adicionar mais alguns”, sorri.

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Embora Sarmento prefira rosas e orquídeas, o título do livro se refere a flores mais pueris, e surgiu no momento em que a artista percebeu que sempre esteve cercada por acácias. “Elas me acompanharam a vida toda. No jardim do casarão da família, na rua das Creoulas, sempre”, descreve. “Escrevi quando estive de cama. Fiz tudo a caneta e depois passei para o computador, mudando quase nada”, conta.

No evento de lançamento, haverá recital, coquetel e música. Antes, às 16h, porém, a convite da autora, o acadêmico Lucilo Varejão Neto, o escritor da União Brasileira de Escritores (UBE) do Rio de Janeiro, Edir Meirelles, e a presidente da UBE-RJ, Juçara Valverde, vão comentar a poética de Lourdes Sarmento. A sessão ordinária da Academia vai fazer referência aos 20 anos do lançamento de “Poésie du Brésil”, uma antologia realizada por Sarmento de poetas de todo o Brasil.

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O livro foi lançado na França, depois de trinta anos de silêncio sobre as produções brasileiras, de acordo com a professora Anne-Marie Quint, da Universidade Paris-Sorbonne.

Em 1994, ela havia publicado um livro, em francês, naquele país. “Sempre fui muito ligada à França. Minha avó era francesa”, conta. “Publiquei ‘Passion’, em francês, pelo Banco Mercantil, e acabei colocando meu endereço. Publiquei sem achar que daria em coisa alguma, mas recebi, por carta, um convite para fazer esse trabalho”, lembra.

No volume, há textos em francês e português de poetas de todo o Brasil, como Miriam Fraga, Celina de Holanda, Alberto da Cunha Melo e Marly de Oliveira. As traduções foram realizadas pelo professor e ensaísta Lucilo Varejão Neto.

Serviço:
Lançamento de “Segredo das Acácias”, de Lourdes Sarmento
Academia Pernambucana de Letras (Av. Rui Barbosa, 1596 - Graças)
Nesta segunda-feira (13), a partir das 16h
Informações: (81) 3268-2211

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