Sexta-feira 13: azar para muitos, sorte para outros
Popularmente conhecida como o "dia do azar", a sexta-feira 13 pode ser um dia de realizações e sorte para várias pessoas
Conhecida como uma data de más vibrações, acontecimentos ruins e várias superstições a serem seguidas, a sexta-feira 13 é uma data temida por muitos. Quebrar espelhos e passar por baixo de escadas, por exemplo, torna-se proibido, principalmente nesta data. Único “dia do azar” deste ano, a combinação da sexta-feira com o número treze contou ainda com mais um “agravante”: caiu justamente em agosto, data conhecida por muitos como o “mês do desgosto”. Se para alguns esse dia é bastante assustador, para outros é um dia de sorte e de muitas realizações.
A aposentada Josefa Márcia da Cruz, de 63 anos, considera a data como um dia sortudo e de muitas conquistas. “Eu acredito que a sexta-feira 13 é o meu dia de sorte, eu gosto muito dessa data e 13 é o meu número da sorte. Hoje eu já resolvi várias coisas que ontem (12), não consegui fazer. Além disso, trabalho com fotografia e consegui fazer todas as coisas previstas hoje”, afirma.
Cidade de muitas lendas urbanas e histórias de terror, como a Perna Cabeluda do Centro, o Fantasma da Praça Chora Menino e a Menina sem Nome, Recife é um local de muitos supersticiosos.
Para esse público, a vendedora de artigos religiosos Maria Izabel, conhecida como Galega das Flores, dá algumas dicas para passar pela sexta-feira 13 sem maiores transtornos. “Para os supersticiosos, a dica para esse dia é um banho de ervas, andar com alho macho ou um olho de boi, que é muito bom para espantar o olho grande e a inveja. O galho de arruda também está sendo muito procurado e saindo muito hoje”, pontua a vendedora.
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Para Galega, a sexta-feira 13 é uma data de sorte e de muitas vendas na sua tenda montada no Anexo do Mercado de São José. “Hoje está bem melhor o movimento, os clientes estão procurando as suas defesas, seus banhos, seus azeites para fazer as comidas, o mel para adoçar a vida. Para mim, sexta-feira 13 é de sorte, o 13 é o número da sorte. Nessa data, os clientes procuram mais ervas de descarrego como guiné, arruda, pião, lacre, fedegoso, folha de café, folha de bambu e outras mais. Para mim, toda sexta-feira deveria ser 13”, destaca a vendedora.
Galega das Flores comercializa produtos religosos há 30 anos - Foto: Arthur Mota/ Folha de Pernambuco Além de comercializar os artigos, Galega das Flores também faz o seu próprio ritual na data. “Nesse dia, eu faço a minha defesa, porque quem vive em um mundo que nós vivemos, tem que se cuidar espiritualmente e mentalmente, independente da religião”, ressalta.
O técnico em enfermagem, Ednei Arlindo, de 31 anos, sempre costuma frequentar a tenda de Galega e mantém os cuidados diários, não só na data que atormenta a muitos, mas todos os dias da semana. Ele costuma comprar ervas, flores, mel e dendê. “Eu acho que os cuidados são diários, não só na sexta-feira 13. Olho grande e inveja sempre vão existir e os cuidados e prevenções precisam ser diários, e como eu sou da religião de Matriz Africana, eu sempre dou os meus banhos de descarrego, os banhos de cheiro para abrir os caminhos. Para mim, eu a data é um dia comum, todos os dias precisamos ter cuidado, principalmente no mundo que vivemos hoje”, afirma.
Ednei ressalta que, por pertencer a uma religião da Matriz Africana, a sexta-feira representa paz. “A sexta-feira é 13, mas como sou da religião de Matriz Africana, o dia da semana pertence a Oxalá, que é o Orixá da Paz e para quem tem fé, não tem olho grande e inveja”, complementa.
Ednei costuma comprar ervas, flores, mel e dendê - Foto: Arthur Mota/ Folha de Pernambuco

