"Três Graças": Aguinaldo Silva volta às novelas da Globo com trama sobre mulheres anônimas
Ambientada em São Paulo, novela aborda temas como corrupção, gravidez na adolescência e desigualdade social
Agora que todos já sabem quem matou Odete Roitman, chegou a hora de embarcar em uma nova trama no horário das 21h da TV Globo. “Três Graças” estreia nesta segunda-feira (20), marcando a volta de Aguinaldo Silva às novelas.
Um dos autores da versão original de “Vale Tudo” e de sucessos como “Senhora do Destino” e “Tieta”, o pernambucano aposta em uma trama inédita, logo após a finalização de um remake que rendeu críticas e muito engajamento nas redes sociais. Ele divide a autoria do folhetim com Virgílio Silva e Zé Dassilva, contando com a direção artística de Luiz Henrique Rios.
Explorando temas contemporâneos, a novela acompanha três gerações de uma família de mães solo. Moradora da fictícia comunidade da Chacrinha, em São Paulo, a batalhadora Gerluce (Sophie Charlotte) é filha de Lígia (Dira Paes) e mãe de Joélly (Alana Cabral). Ao descobrir que a gravidez da filha adolescente, ela fará de tudo para que a garota não precise abrir mão dos próprios sonhos, repetindo o destino da mãe e da avó.
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“Busco homenagear mulheres anônimas, com as quais cruzamos nas ruas, saindo muito cedo para trabalhar de ônibus ou de metrô. Quis fazer o retrato dessas mulheres urbanas, que são muito humanas e batalhadoras. Como escritor, eu sempre observei essas pessoas e elas merecem que eu conte a história delas”, afirma Aguinaldo, que começou a idealizar a novela há 20 anos, após visitar uma maternidade pública.
O enredo de “Três Graças” coloca o “dedo na ferida” da desigualdade social brasileira, levando para a tela uma mocinha que encara os poderosos em busca de justiça. Trabalhando na casa de Arminda (Grazi Massafera), Gerluce descobre que a patroa está envolvida em um esquema com Santiago Ferette (Murilo Benício), seu amante.
Com uma imagem pública de pai de família e filantropo, o empresário lucra milhões distribuindo remédios falsos à população carente, recebendo verba pública para isso. Por conta disso, Lígia está mais doente a cada dia. Ao longo dos capítulos, a protagonista vai encarar o dilema sobre até onde ir para reparar essas maldades.
“O que a Gerluce vai fazer com essa informação? Ela precisa cuidar da mãe, é esteio da família naquele momento. Ao mesmo tempo, é perigoso mexer com gente tão poderosa. Existe um desafio sobre como agir e quais caminhos seguir”, analisa Sophie Charlotte.
Originalmente, a trama seria ambientada no Rio de Janeiro. Por orientação da Globo, a história foi deslocada para São Paulo, o que, para o diretor do folhetim, foi uma mudança benéfica. “Acho que se essa novela se passasse onde no início seria, ela estaria em um lugar em que a violência tem um caráter distinto. Ir para São Paulo nos permitiu contar esta novela de forma mais próxima do centro de onde se dá essa disputa [de poder]”, defende.
Segundo Aguinaldo, a nova novela deve trazer uma adição ao hall de grandes vilãs escritas por ele, como Nazaré Tedesco, de “Senhora do Destino”, e Teresa Cristina, de “Fina Estampa”. “Tenho certeza que muitas falas da Arminda vão viralizar. Não que seja intencional, mas vamos nos apossando dessa linguagem nova. As novelas mudaram um pouco em função da relação direta que o nosso trabalho tem com as pessoas que se manifestam pela internet”, comenta.
Grazi Massafera encara como “uma honra” dar vida a uma vilã do autor. “Primeiro, eu entrei em crise. E, agora, estou me divertindo. Para mim, é muito novo. É difícil fazer gente ruim”, compartilha a atriz, acrescentando: “Acho que estamos numa boa época para fazer vilões. O povo está aceitando bem e gostando. Antes, batiam na rua. Espero que eu dê conta”.

