De Dorival a Alice, veja quem é quem na família de artistas da cantora Nana Caymmi
Artista, que morreu aos 84 anos na última quinta-feira (1º), era parte de família que se notabilizou pelo talento musical
Nana Caymmi sempre esteve rodeada por melodias e instrumentos. Filha de Dorival Caymmi, um dos maiores compositores e intérpretes do país, a cantora — que morreu, aos 84 anos, na última quinta-feira (1), após uma internação de nove meses — fazia parte de uma família que se notabilizou pela música.
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De geração em geração, quase todos no clã do patriarca Dorival traçaram caminhos profissionais bem-sucedidos nos palcos e estúdios.
Nascida Dinahir Tostes Caymmi, em 29 de abril de 1941, no Rio de Janeiro, Nana foi a primogênita do casal formando por Dorival Caymmi e pela cantora Stella Maris.
Na escadinha dos filhos, ela foi seguida por Dori em 1943 e por Danilo em 1948. Com os três, Dorival gravou em 1964 o LP dedicado à obra de Tom Jobim "Caymmi visita Tom e leva seus filhos Nana, Dori e Danilo".
Nana Caymmi, a primogênita
Nana abriu o caminho musical na adolescência, estreando como cantora em disco do pai, na faixa "Acalanto", que Dorival compôs em sua homenagem, quando ela ainda era criança.
Os versos se tornaram conhecidos por quase todas as crianças do Brasil: "Boi, boi, boi / boi da cara preta / pega essa menina que tem medo de careta".
"A confiança que ele teve em mim nesse dia foi fundamental para a minha carreira, eu nunca havia pensado em ser cantora profissional. Mas tudo correu bem", disse Nana, mais tarde.
Dori Caymmi, o filho do meio
Em 1966, Nana Caymmi venceu o I Festival Internacional da Canção da TV Globo, interpretando uma canção do irmão Dori com letra do jornalista Nelson Motta, "Saveiros".
A parceria se mostraria bem-sucedida em outras canções, como "O Cantador" e "Minha Doce Namorada". Em 1972, Dori lançaria seu primeiro LP, "Dory Caymmi".
Compositor e arranjador de mão cheia, Dori viu seu caminho no exterior ser aberto ao se apresentar nos Estados Unidos com o saxofonista Paul Winter.
Enquanto fazia trilhas sonoras e produzia discos no Brasil, gravou com nomes da música internacional como a cantora Dionne Warwick e o gaitista Toots Thielemans.
Em 1989, depois de trabalhar com o pianista Sérgio Mendes, acabou fixando residência em Los Angeles, onde ficaria por 20 anos.
Danilo Caymmi, o caçula
Já Danilo, que tocou flauta e violão na adolescência, chegou a cursar arquitetura, mas abandonou o curso quando sua canção, "Andança", em parceria com Edmundo Souto e Paulinho Tapajós, ficou em terceiro lugar no Festival da Canção de 1968 e fez muito sucesso, cantada por uma iniciante Beth Carvalho.
Logo depois, ele seria autor de outro hit, "Casaco marrom", com Guttemberg Guarabyra e Renato Corrêa (cantado pela irmã de Renato, Evinha).
Depois de flertes com o Clube da Esquina (entre eles, o cultuado disco "Beto Guedes, Danilo Caymmi, Novelli, Toninho Horta", de 1973), Danilo seguiu uma carreira consistente de discos solo, trilhas sonoras e participações, como flautista, a partir de 1983, da Banda Nova de Tom Jobim, com a qual correu o mundo.
Alice Caymmi, a neta
Filha de Danilo — e neta de Dorival —, Alice Caymmi estreou como cantora aos 12 anos gravando a música "Seus olhos", no disco "Desejo", da tia Nana.
Em 2012, aos 22 anos, lançou seu primeiro LP solo, seguido de "Rainha dos raios" (2014), que projetou sua carreira, numa onde de pop alternativo bem diversa daquela de Nana.
No começo de 2025, depois de 12 anos de carreira, Alice enfim resolveu cantar a obra do avô Dorival, num projeto que rendeu show e prevê um álbum.
"Eu já vinha trabalhando espiritualmente nisso há um tempo, e agora senti no coração que era o momento certo para começar essa série de celebrações, que têm a função de louvar e manter vivo o legado dele" disse ela, ao Globo.

