Sáb, 06 de Dezembro

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Transnordestina

"A TLSA tem uma dívida com o Brasil que tem que ser cobrada", diz Guilherme Cavalcanti

Secretário participou na manhã desta quarta-feira (13) do seminário "Conexões Transnordestina - A Ferrovia que Mudará Pernambuco", em Petrolina

Cavalcanti: " "Construir um projeto de país demanda que a gente supere os interesses individuais de cada unidade da Federação"Cavalcanti: " "Construir um projeto de país demanda que a gente supere os interesses individuais de cada unidade da Federação" - Foto: Divulgação

O secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Guilherme Cavalcanti, afirmou que parte da decisão que excluiu o ramal pernambucano da Transnordestina se baseia em um estudo que fundamentou uma decisão pública, mas que não é público. “A decisão de excluir o trecho Salgueiro-Suape, muito embora recoberta por debates que ocorreram no ambiente público, se dá para garantir a viabilidade do operador privado. Isso não pode ser o que pauta as decisões de desenvolvimento econômico do Brasil”, disse o secretário.

A fala de Cavalcanti se deu durante a segunda rodada da série de sete seminários “Conexões Transnordestina – A Ferrovia que Mudará Pernambuco”, iniciativa do portal Movimento Econômico, que foi realizada na manhã desta quarta-feira (13) em Petrolina.

O privado, para o secretário, não pode ser o que pauta as decisões de desenvolvimento econômico do Brasil. “A concessão tem mais de 30 anos, recebeu a Malha Nordeste operacional e devolveu como item de museu, Malha Nordeste recepcionada pelo DNIT agora com devolução da concessão será entregue na mão do Iphan, isso é um absurdo. A TLSA tem uma dívida com o Brasil que tem que ser cobrada”, criticou, referindo-se à empresa que era responsável pela construção e operação da Transnordestina no estado, papel que agora cabe à estatal federal Infra S.A.

Para ele, a retirada do trecho Salgueiro-Suape do contrato de concessão da TLSA foi um ato de violência institucional contra Pernambuco. “Construir um projeto de país demanda que a gente supere os interesses individuais de cada unidade da Federação e possa, de fato, compartilhar estratégias, recursos, possa fazer com que a gente construa um país melhor”, complementou.

O secretário disse, ainda, que um dos desafios dos líderes públicos hoje é manter um debate nacional focado nas escolhas que vão fazer do Brasil o país que realmente deve ser.” Essas escolhas não estão fundamentadas na vontade de Guilherme de ver o Porto de Suape conectado à Ferrovia Norte-Sul. Estão fundamentadas no estudo da Empresa Brasileira de Logística, que já apontava isso em 2010, depois em 2015 e 2018”, lembrou.

Ao contrário dos cearenses que tentam sabotar o trecho da Transnordestina em Pernambuco, Guilherme disse querer que o trem chegue ao Ceará, também. “Quem constrói um porto para o Nordeste como o pernambucano construiu não se amesquinha nesse momento. Eu disse ao governador (do Ceará) Elmano (de Freitas): “governador, quando o trem chegar lá, faço questão de falar com o senhor na linha de frente, comemorando, mas não pode ser feito esse investimento pensando na viabilidade privada. Tem que ser feito pensando no desenvolvimento do Brasil”, recordou.

No desenvolvimento do Brasil, disse o secretário, não há concorrência entre o ramal Salgueiro-Suape e o Salgueiro-Pecém. “A gente está pensando num país grande, está pensando num país como a gente fez lá com Suape, a gente desenhou um porto para aquilo que não existia, e a gente desejava que existisse. E foi o nosso porto, junto com as forças políticas e a sociedade civil organizada, que trouxe para cá a refinaria”, detalhou.

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