Ações da Tesla caem 14,26%, maior queda em quatro anos, e empresa perde US$ 150 bi em valor de merca
Conflito entre Musk e Trump se transformou em uma guerra pública, rompendo definitivamente a aliança política entre ambos
As ações da Tesla registraram a maior queda em quatro anos nesta quinta-feira , à medida que a rivalidade entre Elon Musk e o presidente Donald Trump se transformou em uma guerra pública de palavras entre duas das pessoas mais poderosas do mundo.
Nesta quinta-feira, Trump afirmou estar “muito decepcionado” com as críticas do CEO da Tesla à principal proposta de política tributária do presidente. Musk respondeu em várias postagens nas redes sociais, dizendo em uma delas que “sem mim, Trump teria perdido a eleição”.
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As ações da Tesla caíram até 18% com a troca de farpas, a maior queda intradiária desde setembro de 2020. Os papéis fecharam com um recuo de 14,26%, maior queda desde março e o segundo pior dia desde setembro de 2020. Com isso, a montadora perdeu US$ 150 bilhões do valor de mercado.
Mais tarde, o presidente sugeriu encerrar contratos federais e subsídios concedidos às empresas de Musk e afirmou ter pedido ao líder da Tesla e da SpaceX que deixasse sua administração — algo que Musk classificou como “mentira”.
O espetáculo do homem mais rico do mundo e do líder do mundo livre trocando insultos nas redes sociais representa uma ruptura impressionante de uma aliança política que já foi poderosa.
Musk gastou mais de US$ 250 milhões para ajudar a garantir o retorno de Trump à Casa Branca. Em troca, Trump encarregou Musk de liderar um amplo esforço para reduzir os gastos do governo e reformular a burocracia federal — missão da qual o bilionário se afastou na semana passada.
Ao mesmo tempo, políticas defendidas por Trump e legisladores republicanos colocam em risco bilhões de dólares para a Tesla, de longe o maior negócio de Musk.
O enorme projeto de lei tributária de Trump praticamente eliminaria um crédito de até US$ 7.500 para compradores de alguns modelos da Tesla e de outros veículos elétricos até o final deste ano — sete anos antes do previsto. Isso representaria um impacto de aproximadamente US$ 1,2 bilhão no lucro anual da Tesla, segundo analistas do JPMorgan.
Desde que deixou seu cargo formal de conselheiro na Casa Branca na semana passada, Musk vem tentando barrar o projeto de lei fiscal do presidente, que ele descreveu como uma “aberração nojenta”.
O homem mais rico do mundo tem feito lobby junto a legisladores republicanos — inclusive com um apelo direto ao presidente da Câmara, Mike Johnson — para preservar os valiosos créditos fiscais para veículos elétricos na legislação.

