Amazon investe R$ 2,1 bilhões em operações pernambucanas
O REC3, centro distribuição mais recente da empresa estadunidense, representa até 1.800 postos de trabalho para o Cabo de Santo Agostinho
Com mais de 150 milhões de produtos em seu portfólio, entre itens próprios e de parceiros no marketplace, a Amazon Brasil tem apostado em uma logística cada vez mais estruturada para sustentar sua expansão no país. O Nordeste aparece como prioridade nesse plano. Dos R$ 25 bilhões investidos pela empresa em 2025, R$ 2 bilhões foram destinados a Pernambuco, que se tornou o segundo estado com mais aportes da gigante estadunidense, atrás apenas de São Paulo.
Em solo pernambucano, a companhia já opera sete estações de entrega e dois grandes centros de distribuição, ambos no Cabo de Santo Agostinho. O mais recente, o REC3, inaugurado em 2024, conta com cerca de 1.300 funcionários, número que cresce para até 1.800 em datas de pico, como Amazon Day e Black Friday.
Estratégia
Para a CEO da Amazon Brasil, Juliana Sztrajtman, a Região Nordeste é peça-chave nos planos de crescimento. Segundo ela, este é um ano voltado a ampliar infraestrutura e reforçar a malha de entregas no país, e o Nordeste concentra boa parte desse esforço. “A gente acredita que é uma região que já é muito relevante, e tem muito consumo online, com muito potencial de crescimento”, disse.
A avaliação é compartilhada pelo diretor de operações da Amazon, Ricardo Pagani, que destaca que a expansão da empresa é orientada pela demanda real do mercado. O executivo explica que, em geral, a companhia trabalha com projeções de crescimento de até três anos. A Região Nordeste, no entanto, demonstra um ritmo mais acelerado do que o previsto.
“No Nordeste, as coisas crescem mais rápido do que o planejado. A gente detecta a demanda e já começa a investir antes. Muitas vezes, um ou dois anos antes da necessidade se consolidar, já estamos planejando e colocando capital para garantir a capacidade”, afirmou Pagani.
Essa lógica já se reflete na prática. Nos últimos anos, a Amazon inaugurou os centros de distribuição REC1 e REC3 e multiplicou estações de entrega, estruturas menores que fazem a chamada “última milha”, ou seja, a etapa responsável por levar o pedido até a porta do cliente.
“Adotamos uma abordagem flexível e orientada pela demanda. Quando um centro atinge cerca de 70% da sua capacidade, iniciamos o planejamento de novas unidades. Nosso compromisso é garantir entregas cada vez mais rápidas, no mesmo dia ou em poucas horas”, explicou o diretor.
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Marketplace
Paralelamente à expansão logística, a Amazon aposta fortemente no marketplace como alavanca para ampliar a diversidade de produtos disponíveis. O modelo, que já é tendência em outras plataformas de vendas e até em redes sociais como TikTok, tem ganhado peso no Brasil e é tratado pela companhia como um dos pilares de sua estratégia de crescimento.
A relação com os vendedores parceiros , chamados de sellers, é considerada fundamental. Para apoiar esses empreendedores, a Amazon oferece serviços de armazenagem, logística e gestão, além de suporte para exportação de produtos. A ideia é permitir que cada parceiro escolha a forma mais adequada de operar, seja utilizando a infraestrutura da empresa ou gerenciando suas próprias entregas.
Esse modelo começou de forma simples, com vendedores utilizando a plataforma da Amazon para expor produtos e cuidando da logística por conta própria. Com a ampliação da rede de distribuição, a companhia passou a oferecer diferentes modalidades de parceria, incluindo transporte, etiquetagem e armazenamento nos centros de distribuição.

