Após ofensiva do governo, oposição adia pedido de CPMI do INSS em busca de mais assinaturas
Apresentação estava prevista para esta terça, mas ficou para a próxima semana
O grupo de parlamentares da oposição que articula a criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar os descontos irregulares em benefícios de aposentados e pensionistas do INSS decidiu adiar para a próxima semana o protocolo formal do pedido de instalação.
A decisão foi tomada nesta terça-feira, após avaliação de que o governo trabalha para retirar assinaturas.
O pedido já conta com o apoio de 30 senadores, de acordo com a senadora Damares Alves (PL-DF). O número já superaria as 27 assinaturas de senadores necessárias para a instalação da CPMI, que tambem exige o aval de ao menos 171 deputados. A oposição quer chegar às 40 assinaturas.
A avaliação nos bastidores é que uma adesão mais expressiva aumentaria a pressão sobre o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP) para que a investigação seja instalada com celeridade.
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Lideranças da oposição afirmam que ainda há margem para convencer senadores que integram partidos da base aliada do governo, especialmente diante da repercussão negativa das denúncias envolvendo entidades sindicais e associativas suspeitas de fraudar descontos em benefícios previdenciários em um rombo que pode chegar a R$ 6 bilhões.
Apesar do impulso político que a proposta vem ganhando, ainda há parlamentares da oposição que não assinaram o requerimento. Parlamentares bolsonaristas avaliam que o adiamento vai permitir ampliar o apoio à instalação da CPMI.
A oposição considera que há apelo na opinião pública a favor de investigações sobre o escândalo, o que dificultaria eventuais tentativas de barrar o andamento da CPMI.

