Sáb, 06 de Dezembro

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Argentina

Banco Mundial e BID vão antecipar US$ 8 bi à Argentina, em meio à crise cambial do país

Recursos serão direcionados a setores como turismo e minerais críticos. Anúncio ocorre após reunião entre Milei e Trump, que terminou sem ajuda concreta dos EUA

Grupo Banco Mundial, com sede em Washington, D.CGrupo Banco Mundial, com sede em Washington, D.C - Foto: Eric Baradat / AFP

Após a reunião entre os presidentes Javier Milei e Donald Trump, que terminou sem ajuda concreta dos Estados Unidos, o Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) anunciaram que vão acelerar sua assistência financeira à Argentina, em meio à crise cambial do país. Em conjunto, os dois órgãos internacionais de fomento vão antecipar um montante que chegará a US$ 7,9 bilhões. Não se trata de mais dinheiro, mas sim de uma liberação mais rápida do que já havia sido acordado.

O Banco Mundial vai antecipar US$ 4 bilhões, dinheiro que faz parte do “pacote de apoio de US$ 12 bilhões anunciado em abril”, quando o governo anunciou o fim do controle cambial para pessoas físicas. Fontes a par da negociação ouvidas pelo La Nación evitaram dar datas precisas, mas indicaram que o pacote total será “implementado ao longo dos próximos três anos” e que a aprovação dos US$ 4 bilhões agora ocorrerá em “poucos meses”, sem especificar o novo cronograma.

De acordo com reportagem do jornal La Nación, o ministro da Economia, Luis Caputo, confirmou que o pacote do Banco Mundial de US$ 4 bilhões terá como objetivo “apoiar motores-chave de competitividade”: fortalecer a mineração e os minerais críticos; impulsionar o turismo como fonte de emprego e desenvolvimento local; ampliar o acesso à energia; e fortalecer as cadeias de suprimento e o financiamento às pequenas e médias empresas.

“Obrigado ao Banco Mundial e a seu presidente Ajay Banga!”, publicou Caputo nas redes sociais. Em sua postagem, o ministro explicou que essa decisão “reflete uma forte confiança nos esforços do governo para modernizar a economia, realizar reformas estruturais, atrair investimento privado e gerar empregos”.
 

Apoio vindo do BID

Em um post na rede social X, o presidente do BID, Ilan Goldfajn, afirmou que o banco de fomento projeta ampliar de maneira significativa suas operações na Argentina durante os próximos 15 meses, com o objetivo de aprofundar seu apoio ao país por meio de diferentes instrumentos financeiros. A ajuda do Grupo BID chegará a US$ 3,9 bilhões.

“Esse apoio combina financiamento soberano com investimentos e mobilização do setor privado, fortalecendo o papel do BID Invest, o braço do Grupo voltado ao setor privado, e do BID Lab, seu laboratório de inovação e capital de risco. Essa visão integral está alinhada com a Estratégia País aprovada pelo Conselho Executivo em meados de julho deste ano”, indicou o organismo de fomento.

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O Grupo BID prevê encerrar este ano com cinco novas operações aprovadas para o setor público, no total de US$ 2,9 bilhões, destinadas a apoiar reformas estruturais. A esses programas se somam US$ 1 bilhão adicional canalizado por meio do BID Invest, voltado a setores estratégicos como energia, minerais críticos, conectividade, serviços de saúde e financiamento a pequenas e médias empresas por meio de instituições financeiras. A carteira do BID Invest na Argentina é a maior de toda a região.

No âmbito do programa do FMI e de sua Estratégia País, o Grupo BID está oferecendo apoio à Argentina por meio de um pacote de financiamento de até US$ 10 bilhões para os próximos três anos.

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