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Brasil terá apoio do BID para ampliar qualificação e empregabilidade de inscritos no CadÚnico

Ministro Wellington Dias assinou protocolo de colaboração com o banco, cujo objetivo é auxiliar com o eixo do programa que prioriza ações voltadas para grupos em situação de vulnerabilidade

Ilan Goldfajn, presidente do BID, na abertura da Reunião Anual do órgão, realizada em Santiago, no Chile Ilan Goldfajn, presidente do BID, na abertura da Reunião Anual do órgão, realizada em Santiago, no Chile  - Foto: Divulgação/BID

O governo brasileiro terá apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) no Programa Acredita, que oferece crédito em condições facilitadas a pessoas inscritas no Cadastro Único (CadÚnico), referência para concessão de benefícios sociais como o Bolsa Família.

O ministro Wellington Dias, do Desenvolvimento e Assistência Social, se reuniu com o presidente do BID, Ilan Goldfajn, nesta quarta-feira durante a Reunião Anual da instituição bilateral em Santiago, no Chile.

Dias assinou um protocolo de colaboração com o banco, que tem por objetivo auxiliar com o eixo 1 do programa, o Acredita Primeiro Passo, que prioriza ações voltadas para grupos em situação de vulnerabilidade, sobretudo mulheres, jovens, pessoas negras e comunidades tradicionais.

— O foco é a participação do BID no programa dentro dos propósitos da Aliança Global contra a Fome. Por exemplo, o banco pode, por esse compromisso, aportar recursos em bancos brasileiros e, com isso, ajudar a calibrar, taxas de juros mais adequados a esse público — explicou o ministro ao Globo, que preside também a Aliança global.

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Não há, nesta etapa, previsão sobre possíveis aportes de recursos pelo BID atrelados à assinatura do protocolo.

Combate à fome
Em outubro de 2024, durante a Cúpula do G20 no Brasil, o BID se comprometeu em destinar US$ 25 bilhões para apoiar políticas e programas conduzidos pelos países membros da iniciativa para erradicar a fome e a pobreza.

Estabelecendo ainda a meta de ter metade dos novos projetos aprovados com esse foco voltados para populações mais vulneráveis.

De acordo com o documento de assinatura do protocolo, o compromisso está em identificar projetos, programas e ações que possam acelerar a inclusão social e produtiva dos inscritos no CadÚnico.

Haverá esforços tanto na redução de barreiras de intermediação de mão de obra para inserir esses brasileiros no mercado de trabalho, quanto iniciativas para aumentar o acesso à qualificação e empregabilidade.

Meta de 1 milhão de empreendedores
Wellington Dias lembra que o Acredita trabalha investimentos em três níveis.

No primeiro passo, concede microcrédito no valor de até R$ 21 mil. Já no segundo, pode alcançar R$ 80 mil por projeto.

Na sequência, integra-se a um modelo do Pronampe que vai até R$ 1,2 milhão.

— A meta é tirar da extrema pobreza, tirar da pobreza e abrir caminho para que esse pequeno empreendedor possa alcançar a classe média. Até agora, fechamos com 155 mil negócios de empreendedores e empreendedoras que são público do Bolsa Família, do Cadastro Únido. E queremos alcançar o primeiro milhão este ano — disse o ministro.

As iniciativas de inserção no mercado de trabalho têm sido casadas com outras para combater a informalidade, frisa Dias, criticando afirmações do setor produtivo de que participantes do Bolsa Família resistem em aceitar empregos formais.

— Basta olhar o Cadastro Geral do Emprego (Caged) em 2023 e 2024, com as mudanças que fizemos (no Bolsa Família) ao celebrar um contrato de trabalho ou regularizar um negócio. Foram 16,5 milhões de admissões de pessoas do Bolsa Família. Isso não é mais razão para perder o emprego — defendeu.

— (A pessoa) sai do Bolsa Família quando sai da pobreza. Temos 4 milhões de pessoas que recebem integralmente Bolsa Família e salário de carteira assinada.

O ministro ressaltou que por meio de uma regra de proteção, há 3 milhões de pessoas que já tiveram elevação de renda com contratos de trabalhos assinados, mas mantêm o benefício reduzido pela metade até que ele seja retirado.

Já há acordo com o setor produtivo, continua Dias, com foco em inserção de inscritos no CadÚnico no mercado de trabalho formal, a exemplo de parceria com o setor de construção civil de Fortaleza.

Na terca-feira, já em Santiago, Dias se reuniu com o diretor de Desenvolvimento Social e Econômico para a América Latina e o Caribe (Cepal), Alberto Arenas, para tratar da conferência regional da entidade, além de ações conjuntas com a Aliança Global contra a fome.

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