Chineses estão interessados em comprar fatia da Eletrobras na Eletronuclear, diz agência
Empresa de energia decidiu vender participação na operadora de usinas nucleares
A Eletrobras atraiu o interesse preliminar de estatais chinesas por sua participação na Eletronuclear, dona de Angra 3, segundo fontes com conhecimento do assunto. Entre os possíveis interessados estão a China National Nuclear Corporation (CNNC), a China General Nuclear Power Group (CGN) e a State Nuclear Power Technology Corporation (SNPTC), disseram as fontes, que pediram anonimato.
A Eletrobras avalia a venda de aproximadamente 36% do capital votante e 68% do total da Eletronuclear, com assessoria de consultores financeiros. O negócio pode ser estimado entre US$ 1 bilhão e US$ 2 bilhões, segundo as fontes. Outras empresas globais de energia também podem demonstrar interesse, mas as discussões ainda estão em estágio inicial e nenhuma decisão foi tomada.
Procurado, um representante da Eletrobras não quis comentar e as empresas chinesas não responderam aos pedidos de comentários.
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O movimento ocorre após o governo brasileiro apoiar os planos de venda da participação na Eletronuclear. A Eletrobras tem enfrentado desafios recentemente, incluindo a resistência de acionistas minoritários contra indicações da diretoria e a implementação de reformas setoriais promovidas pelo governo.
Em fevereiro, a União e a empresa chegaram a um acordo junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) para dar fim à ação judicial sobre a participação do governo federal no Conselho de Administração após a privatização da companhia.
O acordo definiu que o governo terá mais cadeiras no colegiado e, em contrapartida, a Eletrobras deixa de ter a obrigação de aportar recursos na Eletronuclear, dona de Angra 3, para a construção da usina, caso o governo federal decida por avançar no projeto.
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Apesar disso, a empresa disse em nota na época que "as garantias de R$ 6,1 bilhões atualmente prestadas pela Eletrobras nos financiamentos já concedidos pelo BNDES e Caixa ao projeto de Angra 3 permanecem inalteradas”. Segundo a Eletrobras, mesmo sem a obrigação de investir na conclusão de Angra 3, os estudos de viabilidade da usina continuarão sendo feitos.

