Contas públicas têm déficit de R$ 17,3 bilhões em agosto, diz Banco Central
Resultado mostra que governo gastou mais do que arrecadou; dívida bruta segue em 77,5% do PIB
O setor público brasileiro – que inclui União, estados, municípios e estatais (exceto bancos e a Petrobras) – fechou agosto no vermelho. De acordo com dados divulgados pelo Banco Central (BC) nesta terça-feira, as contas tiveram déficit primário de R$ 17,3 bilhões.
Déficit primário significa que o governo gastou mais do que arrecadou em impostos e contribuições, sem contar os juros da dívida.
Em agosto do ano passado, o rombo tinha sido ainda maior, de R$ 21,4 bilhões. No detalhamento:
Governo federal: déficit de R$ 15,9 bilhões
Estados e municípios: déficit de R$ 1,3 bilhão
Estatais: déficit de R$ 6 milhões
Nos últimos 12 meses, o déficit primário acumulado soma R$ 23,1 bilhões, equivalente a 0,19% de tudo o que o país produz (PIB).
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Juros da dívida
Além do gasto normal do governo, existe também o pagamento de juros da dívida pública. Em agosto, esses juros custaram R$ 74,3 bilhões – um valor maior que os R$ 69 bilhões pagos no mesmo mês de 2024.
Quando se somam os gastos do dia a dia do governo (primário) mais os juros da dívida, o resultado é chamado de déficit nominal. Em agosto, ele foi de R$ 91,5 bilhões. Em 12 meses, chega a R$ 969,6 bilhões, ou 7,81% do PIB.
Dívida do país
A dívida líquida (que desconta os ativos do governo) ficou em 64,2% do PIB (R$ 8 trilhões) em agosto. Esse número subiu principalmente por causa dos juros e da valorização do dólar frente ao real.
Já a dívida bruta (que considera todo o endividamento sem descontar ativos) ficou em 77,5% do PIB (R$ 9,6 trilhões), estável em relação a julho. Em termos simples: a dívida bruta é o número que os investidores mais acompanham para medir se o país está conseguindo controlar suas contas.

