Economia do México cresceu 1,2% no 2º trimestre entre ameaças de tarifas dos EUA
Presidente do país, Claudia Sheinbaum celebrou este avanço em sua coletiva de imprensa matinal
A economia do México, a segunda maior da América Latina depois do Brasil, cresceu 1,2% na comparação anual no segundo trimestre, enquanto enfrenta uma nova ameaça de tarifas dos Estados Unidos, informou nesta quarta-feira (30) o Instituto de Estatística (Inegi).
O PIB do México teve um crescimento maior do que o esperado em meio à incerteza após a intimidação do presidente Donald Trump de impor, a partir de 1º de agosto, uma taxa de 30% às importações deste país, cujo principal destino é o mercado americano.
A taxa trimestral do PIB mexicano cresceu 0,7%, segundo o relatório do Inegi.
A presidente Claudia Sheinbaum celebrou este avanço em sua coletiva de imprensa matinal. "A economia do México está forte, está sólida", disse.
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Este melhor desempenho foi resultado do avanço trimestral de 0,8% no setor industrial e de 0,7% nos serviços, enquanto o setor primário, que reúne agricultura e pecuária, caiu 1,3%.
Na base interanual, as atividades primárias avançaram 4,5% e as terciárias (serviços) 1,7%, enquanto as secundárias retrocederam 0,2%.
O PIB mexicano cresceu 1,2% em 2024.
O Banco do México (central) revisou para baixo sua previsão de crescimento de 2025, para situá-lo em apenas 0,1%, contra 0,6% estimado em fevereiro.
Em contrapartida, o governo espera que a economia se expanda este ano entre 1,5% e 2,3%.
Gabriela Siller, analista do grupo financeiro BASE, destacou no X que, após esses resultados, "é evidente que o México não está em recessão, mas isso não implica que a economia esteja bem".
Ela alertou que persiste o risco de uma recessão se Trump começar a "cobrar as tarifas ao pé da letra".
Otimismo
O governo de Sheinbaum busca desativar a nova ameaça de tarifas de Trump, que exige que o México freie o tráfico de drogas, especialmente o fentanil.
Depois de destacar a solidez da economia, Sheinbaum reconheceu que há "impactos pela incerteza que o assunto das tarifas tem gerado" em todo o mundo e que, no caso do México, se acentuam pela estreita relação com seu vizinho do norte.
Os Estados Unidos são o destino de mais de 80% das exportações deste país, e as tarifas impactariam principalmente o setor industrial e manufatureiro.
No entanto, na terça-feira, o secretário da Economia mexicana, Marcelo Ebrard, disse que mantém uma "perspectiva positiva" nesta nova rodada de negociações com seus pares americanos.
"Já está feito tudo o que o México tinha que fazer" e agora só resta esperar, sublinhou.
Na terça-feira, Sheinbaum disse que, se necessário, ligaria para seu homólogo americano.
Trump, que desde que assumiu o poder em janeiro ameaçou cobrar tarifas sobre as exportações mexicanas, anunciou em meados de julho uma tarifa de 30% que entrará em vigor na próxima sexta-feira.
Os Estados Unidos já impuseram tarifas sobre as exportações automotivas e siderúrgicas do México, mas excluíram os itens incluídos no tratado de livre comércio da América do Norte, T-MEC, do qual o Canadá também faz parte.

