Dom, 07 de Dezembro

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NEGÓCIOS

Fabricante da Barbie altera previsão de crescimento por causa do impacto das tarifas de Trump

Mattel retirou previsão de retomada do seu crescimento nas vendas neste ano

Linha de bonecos Barbie / Mattel Linha de bonecos Barbie / Mattel  - Foto: Mattel

A gigante americana de brinquedos Mattel, fabricante da Barbie, alterou sua previsão de retomada do crescimento em suas vendas neste ano citando o plano do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas sobre brinquedos importados.

A empresa, que divulgou resultados melhores que o esperado no primeiro trimestre, havia previsto em fevereiro que as vendas de bonecas Barbie, carrinhos Hot Wheels e outros brinquedos de seu portfólio cresceriam até 3% em 2025, encerrando três anos de receita estagnada ou em queda. A previsão também incluía aumento nos lucros.

Em vez disso, com o relatório do primeiro trimestre divulgado nesta segunda-feira, a empresa com sede em El Segundo, Califórnia, afirmou que está "pausando" sua projeção para o ano todo, "diante da situação macroeconômica volátil e da evolução das tarifas nos EUA".

 

A Mattel fabrica menos de 40% de seus produtos na China, país sobre o qual Trump impôs uma tarifa de 145% sobre exportações para os Estados Unidos. A empresa aumentou sua meta de economia de custos para 2025 de US$ 60 milhões para US$ 80 milhões, está diversificando sua cadeia de suprimentos e elevará os preços de alguns brinquedos.

Impacto de US$ 270 milhões
O CEO da companhia, Ynon Kreiz, disse, em entrevista, que a Mattel apoia o movimento da Toy Association (associação de fabricantes de brinquedos) contra as tarifas.

– Estamos tomando medidas de mitigação projetadas para compensar o impacto potencial – disse Kreiz.

Em teleconferência com investidores, o diretor financeiro Anthony DiSilvestro afirmou que o impacto incremental das tarifas nos custos da empresa neste ano, com os níveis atuais, seria de US$ 270 milhões – valor que a Mattel espera compensar integralmente.

Kreiz também disse, durante a chamada com investidores, que a Mattel espera comprar menos de 15% dos brinquedos vendidos nos EUA da China até 2026, e menos de 10% até 2027.

Vendas em alta
A decisão de retirar a projeção ofuscou um primeiro trimestre que, fora isso, foi positivo, impulsionado pelo aumento das vendas de Hot Wheels e bonecos de ação.

As vendas do período cresceram 2,1%, totalizando US$ 826,6 milhões, superando as projeções dos analistas, que estimavam US$ 788,6 milhões. O prejuízo ajustado por ação foi de 3 centavos, menor que a perda média esperada de 10 centavos por ação.

O primeiro trimestre é normalmente o mais fraco do ano para a fabricante de brinquedos. A Mattel afirmou que ainda planeja recomprar US$ 600 milhões em ações neste ano, dos quais US$ 160 milhões já foram adquiridos no primeiro trimestre.

A demanda do consumidor por brinquedos da Mattel cresceu dois dígitos até agora no segundo trimestre, disse Kreiz, apontando um início forte. Esse trimestre também será beneficiado pelas vendas de brinquedos associados ao filme "Jurassic World Rebirth", da Universal Pictures, empresa da Comcast.

Trump minimizou as preocupações com o impacto das tarifas, dizendo que a China – ganhou um trilhão de dólares – dos EUA – nos vendendo coisas, muitas das quais nem precisamos. Em reunião ministerial na semana passada, ele afirmou: – Bem, talvez as crianças tenham duas bonecas em vez de 30 bonecas, e talvez essas duas bonecas custem alguns dólares a mais do que custariam normalmente.

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