Fortuna de Musk desaba US$ 16,7 bi em um único dia após balanço da Tesla
Dono da empresa de carros elétricos continua sendo o homem mais rico do mundo, mas fortuna encolheu 4% de uma só vez
A fortuna de Elon Musk, homem mais rico do mundo, despencou US$ 16,7 bilhões nesta quinta-feira (24). O tombo veio no dia seguinte à divulgação de um dos piores balanços trimestrais da Tesla em mais de uma década. Na ocasião, a fabricante de carros elétricos reportou uma queda de 16% no lucro.
O resultado fez o patrimônio líquido de Musk cair para US$ 398,2 bilhões, uma queda de 4,21% nas últimas 24 horas. As informações são do ranking de bilionários em tempo real da revista Forbes.
A Tesla reportou um lucro ajustado de 40 centavos por ação no trimestre, abaixo das já rebaixadas projeções de Wall Street. A receita caiu 12%, totalizando US$ 22,5 bilhões. As entregas de veículos diminuíram, assim como o preço médio de venda dos carros.
A empresa também registrou retração nas vendas de suas divisões de geração e armazenamento de energia, e informou que os custos com tarifas aumentaram cerca de US$ 300 milhões, impacto que deve crescer nos próximos trimestres.
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Ranking de bilionários da Forbes nesta quinta-feira:
Elon Musk: US$ 397,4 bilhões (menos US$ 17,5 bi, ou -4,21%)
Larry Ellison (dono da Oracle): US$ 286,2 bilhões (menos US$ 1,6 bi, ou -0,56%)
Mark Zuckerberg (dono do Facebook): US$ 246,9 bilhões (mais US$ 634 mi, ou mais 0,26%)
Jeff Bezos (dono da Amazon): US$ 244,6 bilhões (mais US$ 3,5 bi, ou 1,44%)
Larry Page (cofundador do Google): US$ 159,2 bilhões (mais US$ 2,4 bi, ou 1,55%)
Por que Musk perdeu dinheiro?
A perda de patrimônio de Musk é explicada pelo desempenho da fabricação de automóveis, principal divisão da Tesla, que enfrenta ventos contrários em meio à intensificação da concorrência e às repercussões das ações políticas de Elon Musk.
Apesar disso, os investidores têm, em grande parte, tolerado a queda nas vendas, mantendo o foco nas promessas do CEO em áreas como inteligência artificial, robótica e direção autônoma.
Trump nega querer destruir império do bilionário
Nesta quinta-feira, Donald Trump negou que estivesse tratando de destruir o império empresarial de seu antigo aliado Elon Musk como represália por sua disputa em torno da emblemática lei fiscal do presidente americano.
"Todo mundo afirma que vou destruir as empresas de Elon, abandonando algumas, se não todas, as subvenções a grande escala que recebem do governo dos Estados Unidos. Isso não é verdade! Quero que Elon e todas as empresas do nosso país prosperem", publicou Trump, em sua rede social.
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Os comentários de Trump marcam a mais recente reviravolta na conturbada relação entre duas das figuras mais influentes do mundo, após uma disputa que levou Musk a lançar ataques contra o presidente americano e a considerar a criação de um novo partido político. Trump respondeu ameaçando rescindir contratos e eliminar subsídios governamentais vinculados a Musk.
'Tempos difíceis' para Tesla com tarifas e sem apoio a carros elétricos
Embora ambos tenham feito tentativas de amenizar a tensão, o prejuízo aos interesses comerciais de Musk já está claro. No relatório trimestral publicado na quarta-feira, a Tesla citou a perda de subsídios para veículos elétricos e o aumento de tarifas (ambas as medidas impulsionadas por Trump) como fatores que afetam negativamente seus negócios de automóveis e energia.
Ainda ontem, Musk alertou que tempos difíceis se aproximam para a Tesla, afirmando que a empresa entrará em uma fase de transição que pode durar mais de um ano, após a eliminação dos incentivos para veículos elétricos nos EUA e enquanto se prepara para lançar seus modelos autônomos.
“Provavelmente teremos alguns trimestres difíceis”, afirmou.
Em maio, Musk deixou seu cargo no governo de Trump, onde supervisionava a iniciativa de corte de gastos do presidente, para se concentrar em suas empresas, que mantêm diversos vínculos com o estado.

