França abre investigação criminal contra X, de Elon Musk, por suspeita de manipulação de algoritmo
Segundo a plataforma, autoridades francesas pediram acesso a como são feitas as recomendações aos usuários e dados sobre todos os posts publicados
O governo francês abriu uma investigação criminal contra a rede social X, de Elon Musk, por suspeita de manipulação do seu algoritmo, além de “extração fraudulenta” de dados, informou a própria plataforma de mídia social.
De acordo com reportagem do Financial Times, a plataforma afirmou, em um comunicado divulgado nesta segunda-feira, que as autoridades francesas solicitaram acesso ao algoritmo de recomendação da empresa, bem como a dados “sobre todas as postagens de usuários na plataforma”.
A empresa de mídia social declarou que “permanece no escuro” quanto às acusações e que “não atendeu às exigências das autoridades francesas”. A X nega as acusações e disse que as autoridades francesas solicitaram acesso ao seu “algoritmo de recomendação” e aos dados das postagens dos usuários, para que dois especialistas pudessem analisá-los.
A empresa de Musk acrescentou que a investigação tem motivação política, alegando que esta foi instigada pelo deputado francês Éric Bothorel, membro do partido Renascença, do presidente Emmanuel Macron.
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Em entrevista ao FT, Bothorel contou que, em fevereiro, havia denunciado à promotoria supostos problemas na plataforma X, incluindo a falta de moderação e o que chamou de ''promoção tendenciosa de conteúdo da direita''. O deputado destacou ainda que sua denúncia foi seguida por outra, feita por um órgão independente do governo francês, cujo nome preferiu não divulgar.
Bothorel ressaltou que, se o sistema judiciário francês deu um passo à frente ao abrir uma investigação, ''é porque ela é necessária'', o que permitirá a adoção de novas medidas, ''como buscas policiais e, eventualmente, acusações formais, caso alguma das alegações seja confirmada.”
O deputado afirmou o jornal britânico ter ficado preocupado com a promoção, por parte de Musk, do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD), em janeiro, antes das eleições.
A iniciativa do governo francês acontece ao mesmo tempo em que a Comissão Europeia investiga se a X violou as regras de transparência digital do bloco. Segundo o Financial Times informou na semana passada, a decisão sobre essa investigação foi adiada para setembro.
A União Europeia conduz várias investigações sobre a X, e outras redes sociais, no âmbito da Lei de Serviços Digitais (DSA), um conjunto de normas que exige das grandes plataformas on-line uma supervisão mais rigorosa.
Procurados pelo FT, a polícia e o Ministério Público franceses não responderam de imediato ao pedido de comentário.

