Sáb, 06 de Dezembro

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Haddad: Economia é importante, mas não é o único fator que vai definir o resultado da eleição

Governo Lula tem enfrentado quedas nos índices de popularidade, segundo pesquisas de avaliação da gestão federal

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad falou sobre eleição 2026Ministro da Fazenda, Fernando Haddad falou sobre eleição 2026 - Foto: Ministério da Fazenda / Flickr

Para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, indicadores econômicos como crescimento, taxa de empregos e renda média das famílias não definirão o resultado da eleição em 2026. Em entrevista ao jornal O Globo, Haddad avaliou que a disputa eleitoral ocorrerá no campo de "uma agenda cultural mais ampla, que transcende a questão econômica".

De acordo com o ministro, essa agenda envolve a pauta de costumes e da segurança pública.

"Começou-se a falar da questão do aborto sem que ninguém tivesse proposto mudar a legislação. As minorias começaram a ser perseguidas, a questão da maioridade penal ganhou expressão, a questão religiosa começou a ser politizada. A economia é importante, sempre foi, mas não é o único fator que vai definir o resultado de uma eleição", disse o ministro.

O governo Lula tem enfrentado quedas nos índices de popularidade, segundo pesquisas de avaliação da gestão federal. Como mostrou o Estadão, a aposta em programas sociais para a reversão do quadro pode ser insuficiente, pois o "voto econômico" já não possui o peso de outrora.



Haddad afirmou que uma eventual decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de não concorrer à reeleição "está fora de cogitação".

"Estamos a um ano do começo do processo eleitoral. É muito pouco tempo. Não vejo como nesse período rever essa provável decisão", disse Haddad. O ministro afirmou que não tem intenção de ser candidato em 2026.

"O presidente (Lula) nunca me perguntou sobre isso", disse Haddad.

Questionado sobre desentendimentos com o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, Haddad afirmou que "não vê problema em divergir". Nesse sentido, relevou as críticas de Gleisi Hoffman, que, antes de assumir a Secretaria de Relações Institucionais, era crítica à política fiscal do governo Lula.

"No começo do governo nós (referindo-se a Rui Costa) tínhamos duas linhas um pouco diferentes. Mas isso foi se alinhando. A Gleisi estava lá na presidência do PT e divergia. Hoje, está no governo e tem tentado ajudar. Quem não convive com a adversidade não está preparado para a vida pública", disse Haddad.

Haddad disse defender a continuidade de Geraldo Alckmin (PSB) como candidato a vice de Lula. Segundo o ministro, a vinda do ex-tucano para compor com o PT em 2022 "foi uma decisão acertada" e a manutenção da chapa seria a decisão "natural". "Significou muito em 2022 e tem significado muito", disse Haddad

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