Mudanças no IOF anunciadas pelo governo não tiveram aval de Galípolo
Fazenda propôs alta do Imposto sobre Operações Financeiras para arrecadar R$ 20 bilhões neste ano
As mudanças realizadas pelo governo nas alíquotas de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) não tiveram o aval do Banco Central, apurou O Globo. Segundo interlocutores, o presidente Gabriel Galípolo é contra as medidas, mas não foi consultado sobre as mudanças.
Nos bastidores, auxiliares dizem que ele foi pego de surpresa pelo anúncio realizado pelo Ministério da Fazenda nesta quinta-feira (22).
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Na entrevista sobre o assunto, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, afirmou que o ministro Fernando Haddad havia conversado com Galípolo sobre o assunto na reunião que tiveram na última terça-feira.
Os secretários da pasta ainda destacaram que as medidas devem ajudar no esforço do BC de controlar a inflação.
O governo alterou as taxas cobradas de empresas em operações de crédito e uniformizou as tarifas incidentes sobre operações de saída de recursos do país (câmbio), em 3,5%.
Ainda passou a cobrar imposto de remessas de fundos para o exterior, na taxa de 3,5%, entre outras iniciativas. As mudanças no IOF devem elevar as receitas este ano em R$ 20,5 bilhões e, no ano que vem, em R$ 41 bilhões.
As alterações no IOF incidentes sobre atividades de câmbio interrompem o processo de adequação aos padrões da OCDE e podem encarecer compras e investimentos de brasileiros no exterior. Na prática, são um desincentivo à saída de recursos do país.

