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Fim do ano

Oportunidades das festividades do fim de ano

O período se mostra favorável para iniciar um negócio ou até mesmo conseguir um emprego

Na foto: Geovanna Gomes, funcionária da Le Biscuit Na foto: Geovanna Gomes, funcionária da Le Biscuit  - Foto: Júnior Soares / Folha de Pernambuco

Os festejos de fim de ano podem significar uma ótima oportunidade de geração de renda, seja por meio de um emprego temporário, que são muito comuns na época devido à alta demanda do mercado, seja a partir de iniciativas empreendedoras. De toda forma, as ações para complementar a renda mensal durante o período de festas podem ser uma excelente oportunidade para começar uma nova jornada de trabalho.

De acordo com o Sebrae-PE, instituição que colabora com o fomento ao empreendedorismo no Estado, a procura para abrir um novo negócio aumenta nos meses que antecedem o Natal e o Ano Novo. O movimento é atribuído não só ao desejo de faturar uma renda adicional para o momento, mas também pelo incremento no mercado, representando um momento promissor para dar o pontapé inicial no próprio negócio. 

Omero Galdino, analista do Sebrae, explica de forma prática como as comemorações de dezembro representam esse ambiente favorável.

“No fim do ano, há um momento econômico das famílias estarem recebendo o 13º, recebendo suas férias, vivenciando também as festas do período, além da proximidade das férias escolares e férias coletivas. Então é um momento em que as famílias estão mais propensas ao consumo, e aí empreender nesse final de ano é super positivo por esses motivos”, afirmou o representante.

O momento se mostrou positivo para Clara França, hoje, proprietária de uma doceria. Mas, antes, fazer doces para vender era apenas uma forma de complementar a renda familiar. A empreendedora sempre foi boa com sobremesas, mas foi quando saiu do emprego em uma empresa telemarketing que viu nessa aptidão uma forma de ganhar dinheiro. Ela afirma que os últimos meses do ano sempre representam um grande volume nas saídas dos produtos. 

“No fim do ano, a produção sempre é grande, né? Quando chega novembro e dezembro, nunca paro, sempre tenho que chamar alguém pra me ajudar com as demandas”, afirmou a doceira”. Com uma carteira de clientes abastecida, Clara demonstra um exemplo prático de como investir no próprio negócio, sobretudo no fim do ano, pode ser vantajoso. Entretanto, sustentar um empreendimento mesmo após a agitação causada da pelas festas pede um bom planejamento.  

Clara França, proprietária de uma doceriaClara França, proprietária de uma doceria. Foto: Aline Araújo.

Planejamento 

A economista Lythiene Rodrigues aconselha que a base de crescimento para estruturação de qualquer negócio é o planejamento gerencial e financeiro. Ela alerta que o primeiro passo é a pesquisa e destaca a necessidade de avaliar o comportamento do mercado local.  Outro ponto levantado como indispensável é a presença digital do empreendimento.

Com o grande aumento das vendas digitais e marketplaces, ter uma atuação nas redes pode fortalecer ainda mais o período que já se mostra propício à alta do consumo. O analista Omero Galdino completa que o engajamento do comércio ou serviço no digital funciona como mais um ponto de vendas, ampliando as possibilidades de rentabilidade daquele empreendimento.

Emprego

Já para quem busca uma colocação no mercado de trabalho, dados mostram que, das 90 mil vagas que serão oferecidas para suprir a demanda do final do ano em todo o País, 20% delas poderão se tornar postos fixos de trabalho. A informação é da Associação Brasileira do Trabalho Temporário (Asserttem). A demanda aquecida e a oferta de vagas demonstra como as festas de fim de ano podem ser uma porta de entrada para o mercado de trabalho. 

O presidente da Fecomercio-PE, Bernardo Peixoto, explica que datas sazonais sempre originam novas oportunidades.

“Esta época é o melhor momento para o comércio, e é uma oportunidade onde a gente tem de contratar pessoas provisoriamente, ou seja, por tempo determinado. Porém, aqueles que se capacitarem mais, têm uma oportunidade muito grande de ficarem fixos e colaborar para o aumento da produtividade da empresa”, afirmou. No ano passado, segundo dados da própria Fecomércio, foram mais de 6 mil vagas temporárias criadas para atender o final do ano

O incremento do mercado se traduz também com um primeiro passo para a entrada no mercado de trabalho. Esse foi o caso de Geovanna Gomes que tinha acabado de se formar no ensino médio, quando conseguiu uma vaga temporária. Ela acabou sendo efetivada e já atua na loja há seis anos. 

“Como seria o meu primeiro emprego, eu não imaginei que eu iria ficar efetiva, né? Então, tinha essa questão de experiência, que seria o meu primeiro contato com o mercado de trabalho, meu primeiro contato com o público, tudo isso. Então, eu realmente não imaginei que daria tão certo assim, né?”, contou.  

Geovanna começou durante um período de alta demanda com um contrato inicial de 15 dias, que foi renovado por mais um mês. Ela foi contratada como jovem aprendiz e se destacou pelo seu desempenho, sendo efetivada. Hoje, Geovanna ocupa um cargo de liderança na loja que oportunizou sua primeira experiência. 

Dicas

Para que uma empresa possa enxergar em um funcionário temporário uma vantagem para melhoria da produção, a psicóloga e especialista em recursos humanos e carreiras, Karina Tavares, detalha alguns dos pontos que podem ser observados pelos empregadores para gerar o interesse de permanecer com o trabalhador. 

Para a especialista, as empresas buscam pessoas que, além de preencherem a demanda temporária, possam agregar valor a longo prazo. 

“Entre os critérios mais comuns estão a adaptação à cultura organizacional, desempenho consistente, proatividade e habilidade de trabalhar em equipe. Fatores como a capacidade de lidar com prazos e a flexibilidade para aprender novas funções também são muito valorizados”, afirmou Karina. 

Elaine Lins, subgerente de uma loja de shopping que contrata mão de obra extra para o período, afirma que costumam efetivar trabalhadores extras quando demonstram uma maximização nos resultados. 

Na foto, Elaine Lins, sub-gerente da Loja Bali.Elaine Lins, subgerente da Loja Bali. Foto: Júnior Soares/Folha de Pernambuco.

“No início da contratação e ao longo do intenso mês de dezembro, damos o suporte necessário para que o funcionário desenvolva o trabalho esperado pela empresa”, afirmou 

Para aumentar as chances de efetivação, o colaborador deve demonstrar comprometimento e interesse em aprender. Ser proativo também é uma virtude que costuma impressionar, tomar a iniciativa de resolver problemas e oferecer soluções antes de ser solicitado, é um diferencial que costuma ser observado com atenção.

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