Dom, 21 de Dezembro

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HOMOLOGAÇÃO

PGR "não se opõe" a acordo que amplia participação do governo na Eletrobras

Manifestação de Paulo Gonet abre caminho para homologação de texto pelo STF

Eletrobras foi privatizada na gestão de Jair BolsonaroEletrobras foi privatizada na gestão de Jair Bolsonaro - Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou que ao Supremo Tribunal Federal (STF) que "não se opõe" à homologação do acordo entre a Eletrobras e a Advocacia-Geral da União (AGU) que amplia participação do governo no comando da empresa. O acordo será analisado pelo ministro Nunes Marques. 

O acordo foi assinado em abril, após mais de um no de um processo de conciliação, autorizado pelo STF.  O texto determina que indicados do Executivo passam a ocupar três das dez cadeiras do Conselho, além de um assento no Conselho Fiscal. Até agora, o governo tinha apenas uma vaga.

A ação foi apresentada no início do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, questionando o resultado da privatização da empresa, realizada na administração do ex-presidente Jair Bolsonaro. 

Em parecer enviado nesta terça-feira ao STF, Gonet lembrou que seu antecessor na PGR, Augusto Aras, havia questionado a regra de que qualquer acionista tem no máximo 10% do poder de voto nas assembleias, mesmo que tenha participação maior na companhia. 

O atual procurador-geral considerou, no entanto, que "o acordo remediou, portanto, o problema, na medida em que estabeleceu o que os interessados entenderam como contrapartida suficientemente vantajosa para a União".

"Superado o problema apontado no parecer anterior, a Procuradoria-Geral da República não se opõe a que o acordo seja homologado", afirmou Gonet. 

No modelo de privatização adotado pelo governo passado, a União perdeu o controle da Eletrobras por meio da emissão de novas ações para a iniciativa privada, mas manteve uma participação de cerca de 40% na companhia. No entanto foi criada a regra que impede qualquer acionista de exercer mais de 10% dos votos.

O governo, que possui cerca de 40% da empresa, alegava que essa restrição limitava sua influência sobre decisões estratégicas e demandava poder de decisão proporcional à sua participação. Conseguiu ampliar sua influência, mas não na proporção que Lula queria.

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