Ter, 23 de Dezembro

Logo Folha de Pernambuco
Golpe

Setores de Hospedagem e Alimentação registram perdas de R$ 100 bilhões por fraudes e golpes em 2024

Fhoresp propõe medidas preventivas e criação de Cadastro de Fraudadores para conter prejuízos no setor

O presidente da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) afirmou que o Pix por aproximação deve ter impacto sobre os cartões de débitoO presidente da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) afirmou que o Pix por aproximação deve ter impacto sobre os cartões de débito - Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil / Arquivo

A Federação dos Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp) estima que fraudes e golpes causaram prejuízos de R$ 100 bilhões aos setores de Hospedagem e Alimentação em 2024 no Brasil. No estado de São Paulo, as perdas somaram R$ 25 bilhões. A entidade defende a adoção de medidas preventivas para reduzir o impacto dessas práticas ilegais e proteger consumidores e empresas.

O levantamento aponta que cerca de 500 mil estabelecimentos paulistas foram afetados por estelionatos, com destaque para golpes como o da falsa hospedagem, responsável por perdas de R$ 2,4 bilhões no país em 2024. Nesse tipo de crime, consumidores compram diárias inexistentes e só descobrem a fraude ao tentarem fazer o check-in.

Segundo Edson Pinto, diretor-executivo da Fhoresp, esse tipo de prática é facilitado por empresas que atuam sem autorização:

“Agências de viagens não autorizadas vendem diárias de hotel sem confirmação, ou garantia de disponibilidade – e não contam isso para o consumidor. O maior exemplo é a 123 Milhas, que, em 2023, deixou milhares de clientes e de fornecedores sem receber – na época, um prejuízo calculado em mais de R$ 135 milhões somente no estado de São Paulo”, afirmou.

Fraudes também ocorrem com a contratação de bufês, que somem sem prestar o serviço ou enfrentam dificuldades para receber. Os prejuízos com essas ocorrências somaram R$ 90 milhões no Brasil e R$ 15 milhões em São Paulo, no último ano.

Golpes virtuais representam outra frente de prejuízos, estimados em R$ 135 milhões. Edson Pinto destaca que essas fraudes são mais difíceis de identificar, com o uso de QR Codes adulterados para desviar pagamentos ou instalar aplicativos maliciosos.

“Golpistas adulteram o QR-Code, para que o cliente faça o pagamento numa outra conta, ou para que consigam instalar aplicativos e, assim, subtrair dados da vítima, ou terem acesso a banco, senhas etc. O mesmo golpe utiliza o sistema de Wi-Fi. Por isso, é importante que se faça conexão apenas em rede confiável”, alerta.

Outro ponto levantado pela Fhoresp é a comercialização de bebidas alcoólicas adulteradas. A entidade estima que 36% do volume total de bebidas vendidas no país é falsificado, adulterado ou contrabandeado, gerando perdas fiscais de R$ 85,2 bilhões no Brasil, sendo R$ 23 bilhões apenas em São Paulo. A produção clandestina e o contrabando de cigarros também causaram perdas na arrecadação de R$ 9 bilhões no país e R$ 1,65 bilhão no estado paulista.

Diante desse cenário, a Fhoresp defende a criação de um Cadastro de Fraudadores, com integração entre órgãos como as Polícias Federal e Civil e o Ministério Público. A entidade também propõe o uso de tecnologia para aumentar a segurança contratual e a contratação de seguros contra inadimplência e fraudes.

“Se não tivermos em nosso País uma regulação mais forte e ações integradas e preventivas, o prejuízo vai ficar sempre no bolso dos clientes e na conta das empresas. Precisamos estabelecer um sistema maior de proteção nas relações entre consumidores e fornecedores”, conclui Edson Pinto.

Veja também

Newsletter