Sex, 26 de Dezembro

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Supremo Tribunal Federal quer manter os limites para dedução de despesas com educação no IR

Ação aponta incapacidade do poder público de atender toda demanda nacional por educação

Atenção com impostos deve redobrarAtenção com impostos deve redobrar - Foto: Pixabay

O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou a favor de manter os limites para a dedução de despesas com educação do Imposto de Renda (IR). Ele é relator do caso na Corte. A estimativa de impacto para os cofres públicos, caso o Supremo acolha a ação, é de R$ 115 bilhões, segundo a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). O julgamento da ação começou nesta sexta (14) no plenário virtual e se estende até a próxima sexta-feira (21).



Para Fux, o direito à educação "não assegura um patamar determinado de despesas como parcelas dedutíveis da base de cálculo do imposto sobre a renda". Ele ainda afirmou que a ação tem o "potencial de causar consequências mais nocivas à educação, ao diminuir os recursos que financiam a educação pública e possibilitar a maior dedução àqueles que possuem maior poder econômico".

A ação foi ajuizada pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (CFOAB) em 2013 e aponta a incapacidade do poder público de atender toda a demanda nacional por educação. Para a entidade, os custos com escolas particulares e instituições de ensino superior da rede privada são muito superiores ao limite da dedução, atualmente fixado em R$ 3.561,50. A "imposição de limites tão reduzidos", diz a entidade, descumpriria princípios constitucionais como o direito à educação e o não confisco tributário.

Perda 

Em uma avaliação inicial, a Advocacia-Geral da União (AGU) disse ao Supremo que o impacto financeiro do fim do limite seria de cerca de R$ 50 bilhões anuais, ou seja, poderia chegar a R$ 250 bilhões se uma eventual decisão desfavorável retroagir para os últimos cinco anos.

Um novo cálculo da Receita, informou a AGU, mostra que o impacto da ação seria de R$ 1,2 bilhão por exercício para a alíquota média de 8,56%. Para a alíquota de 27,5%, tal impacto seria de R$ 3,8 bilhões por exercício. A estimativa de R$ 115 bilhões que consta da LDO, contudo, não foi alterada. Questionada, a AGU não respondeu até a noite de ontem.

Segundo o último censo escolar, de 2023, 33,2% das crianças em idade escolar estão matriculadas na rede privada - cerca de 9,4 milhões de alunos.

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