Trump diz que pecuaristas americanos "estão indo bem" e cita tarifa sobre Brasil
Presidente americano diz que produtores precisam 'reduzir seus preços'; declaração acontece após Trump afirmar que EUA podem ampliar compras de carne argentina
O presidente americano Donald Trump afirmou em um post em sua rede social que os pecuaristas americanos "estão indo bem" porque impôs tarifas sobre o gado de outros países que é importado aos Estados Unidos, caso do Brasil.
"Os pecuaristas, que eu adoro, não entendem que a única razão pela qual estão indo tão bem — pela primeira vez em décadas — é porque eu impus tarifas sobre o gado que entra nos Estados Unidos, incluindo uma tarifa de 50% sobre o Brasil", disse em trecho da publicação.
Trump afirmou ainda que, se não fosse por ele, os criadores de gado americano "estariam na mesma situação dos últimos 20 anos", que classificou como "péssima":
"Seria bom se eles entendessem isso, mas eles também precisam reduzir seus preços, porque o consumidor é um fator muito importante no meu raciocínio também!", disse.
A publicação acontece diante de um aumento de preços na carne bovina nos Estados Unidos.
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Recentemente, criadores de gado do país abateram mais vacas devido à seca e aos altos custos, fazendo com que o rebanho bovino americano, em julho, chegasse ao menor número para a metade do ano desde que os dados começaram a ser registrados em 1973.
Segundo o Departamento de Estatísticas do Trabalho dos EUA, em agosto, os consumidores americanos pagaram em média um valor recorde de US$ 6,318 por libra (cerca de 453 gramas) de carne moída.
O fornecimento de gado estrangeiro também está limitado, pois as importações do México continuam suspensas para evitar a propagação do mortal verme-da-bicheira (New World Screwworm). Enquanto isso, os embarques de carne bovina do Brasil estão sujeitos as tarifas de 50%, já que a carne brasileira não entrou na lista de 694 exceções.
Nos últimos dias, pecuaristas americanos mostraram ainda irritação com a promessa de Trump de ampliar a compra de carne da Argentina, em meio a medidas adotadas pelo governo americano para apoiar o presidente argentino Javier Milei, que enfrenta instabilidades no mercado financeiro às vésperas de eleições cruciais no país.
A declaração do presidente americano ocorre quando um possível encontro entre o republicano e Lula é cotado para acontecer. A reunião entre os dois pode ser realizada já no próximo domingo, durante a cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático, na Malásia.

