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Economia

Vinhos do Vale do São Francisco buscam reconhecimento

Instituto do Vinho do Vale do São Francisco vão pedir Indicação de Procedência para o produto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial

Rio Sol produz 18 rótulos de vinhos e espumantesRio Sol produz 18 rótulos de vinhos e espumantes - Foto: Tatiana Notaro/ Portal FolhaPE

Em busca de reconhecimento nacional e internacional, o Instituto do Vinho do Vale do São Francisco (Vinho Vasf) quer que os vinhos do semiárido nordestino ganhem uma Indicação de Procedência (IP). O pedido será apresentado neste mês ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) e deve equiparar o produto aos vinhos do Vale dos Vinhedos do Rio Grande do Sul, que já contam com o selo do Inpi. Para o setor, é uma forma de reforçar a qualidade do produto local e incentivar seu consumo, o que pode aumentar a produção e os investimentos no Vale do São do Francisco.

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Presidente do Vinho Vasf, José Gualberto explicou que a legislação prevê a criação de indicações geográficas de procedência para os vinhos que são produzidos em regiões de características próprias especiais, como o Vale do São Francisco. “O mundo todo procura tipicidade nos vinhos, como os vinhos das regiões de Bordeaux e da Califórnia. E nós estamos elaborando o Vinho do Vale do São Francisco. É um vinho jovem, frutado e aromático totalmente diferente, porque é o único vinho tropical do mundo produzido em trópico seco. Por isso, vamos dar entrada no registro de Indicação de Procedência do Vale do São Francisco”, contou Gualberto, destacando que todas as seis vinícolas do Vale estão atuando juntas nesta iniciativa.

Se aprovada pela Inpi, porém, a Indicação de Procedência não será necessariamente concedida a todos os produtos da região. É que essa indicação aponta como os vinhos são produzidos e como as uvas são cultivadas em determinada área. Logo, só quem atender a esses requisitos poderá receber o selo. Gualberto garante, porém, que a classificação será positiva para os produtores locais. “A Indicação de Procedência gera confiança no consumidor e reforça a qualidade do vinho. E, com isso, as vendas podem aumentar”, explicou o presidente do Vinho Vasf, lembrando que, “quando aumenta a demanda, aumenta a produção e os investimentos”. “Com a Indicação de Procedência, podemos até atrair novos produtores”, afirmou Gualberto, lembrando que já existem seis vinícolas instaladas no Vale do São Francisco. São negócios que produzem de oito a dez milhões de litros, faturando de R$ 150 a R$ 200 milhões, por ano. As vinícolas ainda geram quase dois mil empregos e, segundo Gualberto, devem ampliar sua produção em 5% já neste ano.

Os efeitos da Indicação de Procedência, porém, só devem ser sentidos no próximo ano. “Vamos fazer o pedido agora em novembro, mas isso leva um tempo para ser avaliado”, explicou Gualberto, que espera receber uma resposta do Inpi ao longo de 2019.

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