Brasil estreia no Mundial de vôlei com evolução defensiva e dúvidas entre as opostas
Em busca de seu primeiro título da competição, seleção enfrenta a Grécia nesta sexta-feira, às 9h30
Depois de um pódio na Liga das Nações (VNL) que mostrou bem a organização de forças do vôlei feminino mundial, a seleção brasileira volta a uma grande competição a partir de hoje, na Tailândia. A equipe de José Roberto Guimarães enfrenta a Grécia, às 9h30, enquanto vive um momento de dúvidas e soluções na construção do ciclo olímpico.
Vice-campeã da VNL, na qual mediu forças com a poderosa Itália na decisão, a equipe teve um mês de intervalo desde a competição e fez um período de preparação que passou por Brasil e Japão. Em quadra, o Mundial será mais uma oportunidade para o técnico José Roberto Guimarães buscar uma unanimidade na posição de oposta, principal dúvida da equipe.
Na Liga das Nações, Tainara e Jheovana, novidade da competição, se alternaram na posição nas primeiras semanas, antes da estreia de Rosamaria, que foi a titular nas fases eliminatórias. Para o Mundial, Jheovana acabou sendo cortada no fechamento da lista de 14 atletas inscritas. Além de Tainara e Rosa, Kisy é outra opção para a função.
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— São opostas com características diferentes. A Kisy gosta de uma bola mais veloz, mas vimos pouco ela jogar. A Tainara tem uma experiência na China, gosta das bolas mais altas e saca viagem. E tem a Rosa, que é a jogadora mais técnica, joga mais no recurso. Imagino que o Zé vai achar a melhor solução para esse primeiro momento como titular. Mas vejo uma posição bem aberta em relação ao futuro. Acho que não tem nenhuma definição e que vai ser o grande desafio dentro do ciclo olímpico — analisa Fabi Alvim, comentarista do Grupo Globo e bicampeã olímpica em 2008 e 2012.
O técnico costuma ressaltar a versatilidade das jogadoras da posição. Rosa e Tainara podem atuar como ponteiras — uma característica que ele parece buscar nas fases ofensiva e defensiva.
— A versatilidade de algumas atletas pode fazer a diferença. O Zé usou a Helena como oposta, uma jogadora grande no bloqueio, para tentar neutralizar as opostas da Itália — lembra Fabi, que ressalta a solidez do bloqueio e da organização defensiva como a marca da seleção.
Na VNL, os destaques ofensivos brasileiros foram as ponteiras: Julia Bergmann (202) e Ana Cristina (167) foram as maiores pontuadoras. A segunda acabou se tornando desfalque após sofrer uma lesão no menisco do joelho esquerdo e passar por cirurgia.
Certeza em meio à dúvida
No fundo de quadra, o Brasil vai para o Mundial com uma ótima solução: a ascensão de Marcelle, líbero que passou de convidada a convocada na VNL e se firmou como titular. Sem Nyeme (que se afastou para ser mãe) e Natinha (que pediu liberação), dupla de Paris-2024, a jogadora do Fluminense e Laís ficaram com as vagas neste Mundial.
— Tudo que estou vivendo tem sido muito rápido. Passar de convidada para convocada era uma coisa que eu desejei muito, então eu sabia que tinha que dar o máximo todos os dias — comentou Marcelle ao Globo.

