Central é punido com três jogos sem torcida e multa por caso de racismo na Série D
Caso aconteceu no dia 4 de maio, na 3ª rodada da fase de grupos
O Central foi punido com três jogos com portões fechados e multa de R$ 50 mil ao ser condenado por atos de injúria racial contra o goleiro Rennan Bragança, atleta do América-RN. O julgamento ocorreu nesta quarta-feira (30), pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).
Ainda assim, para o jogo contra o Lagarto, no próximo domingo (03), em Caruaru, a Patativa manteve a venda dos ingressos. A partida de ida do primeiro mata-mata da Série D terá início a partir das 16h.
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O episódio em questão foi protagonizado por um torcedor do time de Caruaru - não identificado -, no estádio do Lacerdão, no dia 4 de maio, pela 3ª rodada da Série D.
O América-RN apresentou notícia de infração por omissão - não identificação do infrator - de ato de injúria racial pelo torcedor do Central - gestos de macaco após o jogo - contra atleta do time potiguar, Rennan Bragança.
Denúncia
O acidente foi registrado na súmula da partida e noticiado pelo clube no (ART.243-G/ CBJD). O artigo trata de atos discriminatórios e pune condutas discriminatórias no âmbito esportivo, seja por atletas, dirigentes, torcedores ou outras pessoas vinculadas a entidades desportivas.
Levando em consideração a denúncia, a Procuradoria do STJD pediu a punição do Central a partir do 25º enunciado aprovado na 1ª jornada de direito desportivo, em que a omissão do clube denunciado será levado em conta para punição. Foi considerado que a Patativa foi omissa por não identificar e não se pronunciar sobre o caso.
Além dos portões fechados e da multa de R$ 50 mil, o clube alvinegro também deverá publicar, em meios de comunicação e redes sociais, o resultado do julgamento, como ato pedagógico, para que a sociedade tenha conhecimento das gravidades e punições da ação.
O presidente do Central, Sivaldo Oliveira, foi procurado pela reportagem da Folha de Pernambuco e revelou que o clube já recorreu da decisão.
Ainda sobre o jogo do próximo domingo, Sivaldo reiterou que não há tempo hábil para o clube ser notificado pela decisão. Dessa forma, o duelo diante do Lagarto segue com a presença da torcida centralina.
Relembre o caso
O caso aconteceu após o final da partida, que terminou com a vitória potiguar por 2x1. Na saída de campo, o goleiro Rennan Bragança afirmou ter sido chamado de macaco por um torcedor, que teria feito gestos racistas.
Em nota, o América-RN repudiou o acontecimento e se posicionou reafirmando seu compromisso com a igualdade e o fim da discriminação. “O racismo e a discriminação racial são crimes e violam os princípios da Declaração Universal dos Direitos Humanos”, escreveu o clube.

