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CASO RUBIALES

Ex-treinador da seleção feminina da Espanha passa a ser investigado por pressão sobre atleta beijada

Segundo a imprensa espanhola, o irmão da jogadora Jenni Hermoso teria dito que recebeu pressão de Jorge Vilda

Jorge Vilda, ex-técnico da seleção feminina da EspanhaJorge Vilda, ex-técnico da seleção feminina da Espanha - Foto: FRANCK FIFE / AFP

O ex-técnico feminino Jorge Vilda foi intimado a depor, na condição de "investigado", pelo juiz que cuida do caso em que o ex-presidente da Federação Espanhola Luis Rubiales é acusado pelo beijo forçado em Jenni Hermoso. Inicialmente convocado como testemunha, o ex-treinador entrou na mira dos investigadores após a pressão relatada pela jogadora e sua comitiva em depoimentos.

Vilda, bem como o diretor da Seleção Masculina, Albert Luque, e o diretor de Marketing da Federação Espanhola (RFEF), Rubén Rivera, foram intimados a depor no dia 10 de outubro no âmbito da investigação por suposta agressão sexual e coerção à campeã mundial espanhola, informaram nesta quarta-feira fontes judiciais.

Juiz do Tribunal Nacional (principal Corte penal do país), Francisco de Jorge decidiu mudar o status de Vilda para investigado devido às supostas pressões recebidas por Jenni Hermoso.

A mudança do status para "investigado" ocorreu depois que o irmão de Hermoso e uma amiga da jogadora ratificaram e aprofundaram, perante o juiz, a denúncia da atleta, nesta segunda-feira. Ambos insistiram que houve pressão após o beijo de Rubiales e que o gesto não foi consensual, afirmaram fontes judiciais.

"Jenni Hermoso também afirmou em seu depoimento que tanto ela quanto as pessoas mais próximas a ela sofreram pressões constantes e repetidas de Luis Rubiales e de seu ambiente profissional para justificar e aprovar os fatos", afirmou o Ministério Público em sua denúncia perante o Tribunal Nacional.

Segundo a imprensa espanhola, o irmão de Hermoso teria dito que recebeu pressão de Vilda.

O ex-presidente da RFEF Luis Rubiales testemunhou perante o juiz no dia 15 de setembro, reiterando, segundo fontes do Ministério Público, que o beijo foi consensual, o que foi refutado pela advogada de Hermoso, Carla Vall.

"Graças a esse vídeo, todos, o país inteiro, puderam ver como não houve nenhum tipo de consentimento", afirmou a advogada, referindo-se às imagens da cerimônia de entrega das medalhas na Copa do Mundo da Austrália, onde ocorreu o fato.

A ação gerou um escândalo internacional e um protesto das integrantes da seleção espanhola em defesa da companheira de equipe.

O juiz pretende ouvir na quinta-feira, como testemunhas, membros da assessora de imprensa da seleção feminina, como Patricia Pérez, e o ex-diretor de Integridade, Miguel Caba.

O juiz também ordenou o depoimento, no dia 2 de outubro, das atletas Alexia Putellas, Misa Rodríguez e Irene Paredes.

 

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