Mundial de handebol: Brasil busca outra vitória histórica
Seleção, que venceu Noruega, Suécia e Espanha pela primeira vez no Mundial, encara tricampeã Dinamarca por vaga na semifinal
Em seis meses, tudo mudou para a seleção brasileira masculina de handebol. Depois de ficar fora das Olimpíadas de Paris-2024, a equipe está, pela primeira vez na história, nas quartas de final do Mundial de Oslo, na Noruega. Dentro da quadra, no entanto, o sucesso não é nenhuma surpresa, mas fruto do trabalho que começou no ano passado.
Em busca uma inédita vaga nas semifinais, o Brasil enfrenta hoje, as 13h30 (Sportv2 transmite) uma das maiores potências do esporte: a Dinamarca, atual tricampeã mundial consecutiva e bicampeã olímpica (Rio-2016 e Paris-2024).
Após um desempenho fraco nos Jogos Pan-Americanos de Santiago-2023, o treinador Marcus Tatá sentiu que era a hora de mudanças na seleção. Pensando na vaga nas Olimpíadas de 2024, mas também com Los Angeles-2028 já no horizonte, ele reformulou a equipe para o pré-olímpico.
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A chegada de jovens promessas e a manutenção de lideranças experientes — o capitão, Thiagus Petrus, e o artilheiro do Brasil no Mundial, Haniel Langaro, foram tricampeões da Champions pelo Barcelona entre 2021 e 2024 — desenharam o caminho para o desempenho na competição que está sendo disputada na Noruega.
— Com as trocas que fizemos em alguns setores, a equipe cresceu. Os mais jovens trazem potência, e os remanescentes dos últimos anos a experiência. É muito válido a gente ter essa mescla — analisa Marcus.
O grupo iniciou a preparação para o Mundial em 26 de dezembro, em São Paulo. Para Haniel, artilheiro da seleção com 28 gols em seis jogos, o período foi essencial para os resultados:
— A gente teve um tempo legal de preparação, acho que isso foi o principal fator. Como estava chegando muita gente nova, precisava de tempo, treinos, vídeos, de muito trabalho para poder estar todo mundo sincronizado.
Já na estreia, a seleção superou um desafio e tanto, vencendo pela primeira vez na história a anfitriã Noruega.
— Contra adversários desse nível, a pressão está sempre do outro lado. Sempre falamos em aproveitar o momento e nos divertir dentro de quadra, que é o que sabemos fazer de melhor. E deu frutos — analisa Haniel.
Na sequência, o Brasil sofreu uma derrota para Portugal, mas depois engatou quatro vitórias seguidas, contra Estados Unidos, Chile, Suécia e Espanha. As duas últimas também foram inéditas. Haniel acredita que os triunfos ajudaram a aumentar a moral do time:
—A gente foi crescendo durante a competição, aumentando a confiança. E as outras equipe também entram respeitando mais a gente, isso é muito importante.
Contra a Dinamarca, que venceu seis jogos no Mundial com relativa facilidade e apresentando números impressionantes (225 gols marcados, 143 gols sofridos e 79 gols de saldo), o técnico Marcus Tatá espera que a seleção possa mostrar sua força novamente:
— Escrever história é importante, mas é preciso quebrar alguns tabus para que se ganhe confiança no trabalho. Sabemos que podemos jogar de igual para igual. Sabemos que a Dinamarca é a atual campeã, mas também sabemos que muita gente não acreditava que ganharíamos da Noruega, da Suécia e da Espanha.