Nadadora portuguesa é suspensa por cinco anos após se recusar a fazer teste de verificação de sexo
Hannah Caldas, atleta transgênero de 47 anos, ficará fora das competições até 2030 por se negar a realizar exame cromossômico exigido pela Federação Internacional de Natação
A Federação Internacional de Natação (World Aquatics) suspendeu a portuguesa Hannah Caldas de todas as provas femininas por cinco anos, depois de a atleta se recusar a realizar um teste de verificação de sexo exigido para competir no 2024 Masters World Championships, na categoria sênior feminina.
Segundo comunicado da Federação de Natação de Nova Iorque, o exame foi solicitado para confirmar a conformidade com as regras de política de gênero da entidade.
"Durante a investigação, foi pedido que a senhora Caldas se submetesse a um teste de cromossomos, às suas expensas, após apresentar um atestado de nascimento que a identifica como mulher", informou o texto.
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De acordo com o jornal português A Bola, a nadadora, nascida em Vizela, Portugal, e residente na Califórnia, justificou a recusa afirmando que o exame não é exigido pelas normas esportivas dos Estados Unidos.
"O meu seguro recusa-se a cobrir um teste deste gênero, já que não é medicamente necessário. Nenhum estado americano exige testes genéticos para eventos desportivos como estes, nem mesmo a US Masters Swimming", declarou.
Aos 47 anos, Hannah Caldas é conhecida também por seu desempenho em outras modalidades: detém recordes mundiais de remo indoor e já foi campeã em competições de crossfit.
"Compreendo e aceito as consequências. Mas uma suspensão de cinco anos é o preço que tenho de pagar para proteger as minhas informações médicas mais íntimas. Fico feliz por pagar esse preço", afirmou, destacando que sua decisão é também em defesa de outras mulheres atletas.
Com a decisão, todos os resultados de Caldas entre junho de 2022 e outubro de 2024 serão anulados, e a atleta ficará impedida de competir até outubro de 2030.

